Um estudo inédito calculou os custos excedentes enfrentados pelas empresas produtoras de Mato Grosso em comparação com os estados do Sul e Sudeste do Brasil. O “Custo Mato Grosso” é equivalente a 14,3% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual.
O governador Mauro Mendes e representantes do setor produtivo explicaram como esse custo, considerado alto, influencia no crescimento e desenvolvimento de Mato Grosso.
O levantamento, conduzido pelo Movimento Mato Grosso Competitivo (MMTC) apontou que o custo adicional para produzir em Mato Grosso chega a R$ 38,5 bilhões por ano.
O governador Mauro Mendes, parlamentares do estado e representantes do setor produtivo explicaram como esse custo, considerado alto, influencia no crescimento e desenvolvimento de Mato Grosso.
Na composição do custo, 12 indicadores-chaves foram apresentados na composição do estudo.
Dentre eles estão: empregar o capital humano, a integração das cadeias produtivas globais, a honra dos tributos, acesso a serviços públicos, competir e desafiar de forma justa, retomar ou encerrar um negócio, abertura de negócios, financiamento de negócios, disponibilidade de infraestrutura, acesso a insumos básicos, atuação em ambiente jurídico regulatório eficaz e reinventar negócios.
O objetivo do trabalho é apontar as áreas que mais impactam a competitividade das empresas locais, para a formulação de novas políticas públicas, capazes de melhorar o ambiente de negócio.
Entre os principais eixos que compõem o Custo Mato Grosso estão a dificuldade para empregar capital humano, a baixa inserção nas cadeias globais, a carga tributária estadual e a infraestrutura logística. Juntos, esses fatores representam quase 80% do custo excedente apontado no estudo.

De acordo com o presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt) e do MMTC, Silvio Rangel, o estudo deve ser visto como um instrumento propositivo.
“A gente entende que é preciso fazer um planejamento para daqui 20, 30 anos para o estado porque se não planejarmos, já sabemos dos gargalos e é preciso pensar em como realizar estratégias para que o estado possa atrair novos investimentos”, destacou.
Para Rangel, é a hora de unir a força produtiva, do governo do estado e a Assembleia Legislativa para um planejamento estratégico no estado.
“Estamos falando de energia mais cara, internet mais lenta, trabalhadores ainda escassos e caros. Tudo isso impacta diretamente nos preços, nos investimentos e nos empregos. Por isso, queremos trabalhar juntos, setor público e privado, para propor soluções reais para os nossos gargalos históricos”, pontuou o presidente da Fiemt.
O documento será a base para a formulação de propostas concretas que deverão subsidiar políticas públicas voltadas à redução de custos e ao aumento da competitividade em Mato Grosso.
Para o governador Mauro Mendes, viver em Mato Grosso e produzir aqui se traduz em custo maior.
“Nós sabemos que viver em Mato Grosso, produzir aqui, pela distância que nós estamos dos portos, dos grandes centros de consumo, isso traduz-se necessariamente em um custo maior”, afirmou.
Ele também alertou para os impactos da reforma tributária que entrará em vigor em 2033.
“Esse novo imposto muda radicalmente o sistema de cobrança de impostos no país. O custo dos impostos será grande, o Brasil já projeta o maior imposto sobre consumo do planeta que vai prejudicar o cidadão brasileiro e o estado porque esse imposto incindira na base de consumo. Como nós temos pouca população, pouco consumo, temos um desafio de enfrentar essa nova realidade”, avaliou o governador.
A diretora executiva do MMTC, Vanessa Gasch, reforçou que o objetivo do estudo é subsidiar a formulação de políticas públicas e estratégias conjuntas para tornar Mato Grosso mais competitivo.
Metodologia do estudo
Inspirado na metodologia do “Custo Brasil”, o estudo adaptou indicadores à realidade mato-grossense, comparando os dados locais com a média dos estados do Sul e Sudeste — considerados referência nacional. Foram utilizadas mais de 29 fontes de dados e os indicadores foram organizados em 12 eixos estruturantes.
A parte técnica do trabalho foi realizada pelo Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Ceará (FIEC) e teve o apoio técnico das instituições que compõem o conselho do MMTC, além do Observatório de Mato Grosso, Sistema OCB, Imea, Instituto de Pesquisa da Fecomércio (IPF) e Movimento Pró-logística.
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