“Nós estamos praticamente trancados. É descaso com nossa região. E não é só o produtor de gado, é o produtor de madeira, é a população que padece, uma ambulância”. O relato é do pecuarista e vice-presidente do Sindicato Rural de Cotriguaçu, Carlos Henrique Alberti, sobre a situação vivida com os atoleiros na MT-170, antiga BR-174.
Relatos de atoleiros e dificuldades para trafegar na MT-170, região noroeste de Mato Grosso, chegam há mais de 30 dias para o Canal Rural Mato Grosso. Para passar por um trecho de 120 quilômetros, segundo motoristas e moradores da região, entre os municípios de Castanheira e Juruena, é preciso um verdadeiro exercício de paciência.
“Nós estamos em uma situação extrema aqui. Eu e um produtor estamos com 600 bezerros vendidos e não conseguimos carregar. Se não carrega não recebe. Hoje mesmo carreguei uma carreta de bezerro e pedi para o dono da carreta, que é de Juruena, ir atrás para ver se consegue manobrar e voltar e descarregar aqui. O tamanho do prejuízo. Descarregar de voltar e descarregar em casa, porque não vai passar e a criação vai acabar morrendo na estrada”, diz indignado o pecuarista Carlos Henrique Alberti.
Máquinas paradas e estragadas
De acordo com relatos de caminhoneiros, demais motoristas e moradores da região, além dos atoleiros, quem precisa passar pela MT-170 ainda sofre com a falta de maquinário para puxar os veículos atolados, visto problemas mecânicos.
Conforme Alberti, duas carretas, que deveriam carregar animais em sua propriedade, encontram-se paradas em uma localidade chamada “Salada de Fruta” e não conseguem seguir viagem devido à situação.
“Faz 15 anos que estou em Mato Grosso nessa região e nunca vi acontecer. Essa firma que está neste trecho, os caras estão nem aí para atoleiro. Eles estão sendo pagos para fazer asfalto. E, asfalto vai começar só quando acabar a chuva. Isso é um problema do governo do estado”, salienta.
Confira nota enviada pela Sinfra-MT:
“A Sinfra-MT e os Consórcios Intermunicipais seguem com máquinas trabalhando diariamente na região. A Sinfra-MT lembra que assumiu a gestão da rodovia, que era do Governo Federal, em junho de 2022 e que em oito meses já assinou a ordem de serviço para asfaltar 4 dos 6 lotes da rodovia. As obras de asfaltamento vão começar após o período chuvoso”.
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