Desde maio de 2023 a BR-163 no trecho sob concessão recebeu mais de R$ 1 bilhão em investimentos na retomada das obras de duplicação e serviços. A expectativa em torno do avanço das obras é grande em meio ao setor produtivo, em especial daqueles que estão afastados da rodovia.
O montante foi injetado desde a mudança do controle acionário da concessão, que transferido para o governo de Mato Grosso. O volume é considerado oito vezes superior ao aplicado nas obras anualmente antes de tal alteração.
“Se perde muitas vidas nessa BR-163. Não tem acostamento, o degrau do acostamento da pista é muito alto. É uma pista extremamente perigosa”, comenta o agricultor Daniel Schiffer Schwartz.
Inaugurada em 1976, a BR-163 é a rodovia federal mais importante de Mato Grosso. Ela corta o estado de norte a sul e é considerada o principal corredor da produção agropecuária, recebendo um intenso fluxo de veículos diariamente.
A concessão assumida pelo governo de Mato Grosso possui 850 quilômetros. Vai da divisa com o estado de Mato Grosso do Sul até Sinop. A transferência de controle acionário foi considerada uma solução inédita nas concessões federais, resolvendo um impasse que se arrastava há anos: a falta de investimento da antiga concessionária.
“O estado assumindo o papel de acionista da concessionária, que ainda segue sendo uma concessão federal, num modelo inovador, destravou os investimentos que estavam travados e fez com que a gente a partir de maio pudesse contratar diversos serviços e obras que a rodovia necessitava”, diz Roberto Madureira, gerente de relações institucionais da Concessionária Nova Rota do Oeste.
Duplicação da BR-163 no médio-norte
Conforme a Nova Rota do Oeste, a previsão é que a duplicação do primeiro trecho sob nova direção entre o Posto Gil e Nova Mutum fique pronta em dois anos.
Roberto Madureira pontua que mais de R$ 600 milhões foram investidos no trecho em questão entre obras e serviços.
O gerente de relações institucionais salienta ainda que também estão sendo realizados investimentos na região sul do estado e região de Rondonópolis. “Praticamente os 850 quilômetros estão com algum tipo de obra acontecendo”.
Melhorias são esperadas
A expectativa de melhorias na logística em Mato Grosso anima o setor produtivo, que acredita na expansão da agropecuária da região após o termino das obras. A ferrovia prevista para o médio-norte também é aguardada pelos produtores.
“Precisa diversificar e ter várias saídas, porque a produção só aumenta ano a ano. E, melhorando a nossa logística, melhora também a indústria que vem para cá e gera emprego. É um conjunto. Uma corrente. Cada elo é importante”, diz o presidente do Sindicato Rural de Nova Mutum, Paulo Zen.
Segundo o presidente do Sindicato Rural de Lucas do Rio Verde, Marcelo Lupatini, tais investimentos que estão sendo realizados nada mais são do que a devolução do “dinheiro que o produtor está pagando em impostos para o setor e a sociedade de Mato Grosso”.
Até quem possui a propriedade mais afastada do eixo da BR-163 está otimista com o futuro do cenário logístico que pode movimentar outras vias interligadas ao trecho.
“A gente vai deixar de ser final de linha para ser passagem. Então, para nós essa logística, a duplicação da BR-163, essa MT-140 que está saindo sentido Campo Verde, que está quase finalizada, é bom demais. Vai agregar bastante. Pensando em logística e frete pode se calcular R$ 2 por saca de acréscimo no nosso grão”, frisa o produtor Enéas Gláucio Batistela.
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