Operação Descarrilamento da Polícia Civil em Mato Grosso, nesta terça-feira (29), cumpre 32 ordens judiciais contra integrantes de uma organização criminosa envolvida em furtos e receptação de combustíveis e grãos da empresa Rumo S.A., que administra o terminal ferroviário no sul do estado. As investigações apontam para prejuízo superior a R$ 6 milhões.
A operação foi deflagrada nesta manhã. São cumprindo oito mandados de prisão preventiva, 16 de busca e apreensão e oito intimações para implementação de medidas cautelares diversas da prisão.
Conforme a Polícia Civil, os produtos foram subtraídos de vagões de trens estacionados ao longo da via férrea que corta os municípios de Alto Araguaia e Alto Taquari. Organização tinha o auxílio de funcionários da empresa de logística.
As ordens foram expedidas pela 7ª Vara Criminal de Cuiabá, com base nas investigações da Delegacia de Polícia Civil de Alto Araguaia, e são cumpridas nas cidades de Alto Araguaia, Rondonópolis e Santa Rita do Araguaia (Goiás).
Organização atuava desde 2017
A organização criminosa, conforme o delegado de Alto Araguaia, Marcos Paulo Batista de Oliveira, atuava desde 2017 na região com o furto de combustíveis e grãos dos vagões de trens de propriedade da empresa de logística.
A estimativa da Polícia Civil é que mais de um milhão de litros de combustível e aproximadamente 100 toneladas de grãos tenham sido subtraídos pela organização.
As investigações revelaram que a organização contava com o auxílio de funcionários da empresa, que repassavam informações sobre a programação de chegada, parada e partida dos trens, além do tipo de carga e nível de combustível dos vagões.
De posse das informações, segundo a Polícia Civil, os criminosos se dirigiam até os locais de estacionamentos e de cruzamentos de trens e praticavam o furto. A ação ocorria, geralmente, no período noturno e de madrugada.
Os criminosos utilizavam galões, bomba de sucção, além de veículos para o transporte, durante as subtrações dos produtos. “Os produtos eram retirados diretamente dos tanques de combustíveis das locomotivas ou ainda dos próprios vagões (carregados de milhares de litros de combustíveis diversos e toneladas de grãos)”, explica a Polícia Civil.
Empresários da região envolvidos
As investigações revelaram ainda que entre maio de 2020 a janeiro do ano passado, foram identificados diversos integrantes, sob o comando de uma liderança, com tarefas definidas.
Os envolvidos, de acordo com a Polícia Civil, obtiveram lucros consideráveis com os crimes, adquirindo veículos e bens de alto valor, incompatíveis com a renda dos suspeitos.
Entre os investigados está um empresário da região do ramo de fabricação de ração animal, que encomendava grãos para ser utilizado como matéria-prima em sua empresa, além de empresários que adquiriam combustível dos criminosos, por um preço inferior ao mercado, para utilizar em seus maquinários e veículos.
Furtos isolados também foram registrados
A Polícia Civil de Mato Grosso comenta que, além da organização criminosa, foram registrados ao longo dos últimos anos furtos isolados praticados por outros criminosos, apontando que esta prática se tornou fácil e lucrativa na região.
“Inúmeros boletins de ocorrência e flagrantes foram registrados nos últimos anos na região, o que demonstra a ousadia, banalização deste tipo de crime e a periculosidade dos envolvidos”, explica o delegado Marcos Paulo.
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