Chamada de Ferrovia Senador Vicente Vuolo, a Ferrovia de Integração Estadual de Mato Grosso é vista como uma esperança pelo setor industrial e o seu crescimento. Segundo o ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, hoje a forma com que o modal rodoviário é utilizado no estado e no país é “equivocado”.
As obras de expansão da ferrovia, que hoje encontra-se em Rondonópolis, foram lançadas nesta segunda-feira (7) após 10 anos da chegada dos trilhos ao município. Ferrovia de Integração Estadual de Mato Grosso é a primeira estadual do Brasil e contará com dois ramais, um ligando Rondonópolis até Cuiabá e outro ligando Rondonópolis até Lucas do Rio Verde.
Serão mais de 700 quilômetros de trilhos. “Há um esforço para que a gente possa ter mais ferrovias aqui no estado de Mato Grosso. Os modais de transporte possuem uma vocação e a vocação do rodoviário são distâncias de até 400 quilômetros, no máximo 500 quilômetros”, diz o ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio.
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Presente em Rondonópolis para o lançamento das obras, o ministro destacou a forma como hoje é conduzida a logística não só no estado, mas como no país, é “equivocada”. “Nós estamos com os veículos, os caminhões, fazendo viagens de 2,5 mil quilômetros, três mil quilômetros para levar soja ao Porto de Santos. Isso gera uma ineficiência”.
Segundo Sampaio, as longas distâncias percorridas pelos caminhões, inclusive, levam aos produtores a não terem interesse em expandir suas áreas. “A ferrovia vai trazer uma eficiência muito grande. Quando se olha para o modal ferroviário, como tem em Rondonópolis e vai colocar em Campo Verde, Nova Mutum, você olha num raio de 400 quilômetros é a área que se atende com o setor rodoviário levando até o ferroviário”.
Mato Grosso deverá ter novo ciclo econômico
As projeções para o futuro de Mato Grosso, de acordo com o governador Mauro Mendes, são de crescer ainda mais o desenvolvimento do agronegócio. “Se fomos capazes de fazer tudo aquilo o que já fizemos com estradas ruins, sem pontes, com pontes de madeira, junto com esse agronegócio, com a melhoria da logística, nós vamos ter um novo ciclo econômico que é o da agroindustrialização, da agregação de valor”.
Para o governador do estado, o novo ciclo irá se acelerar cada vez mais. “Ganhar um novo curso com essa melhoria substancial da logística, não só da ferrovia, mas pelo modal rodoviário também, que está sendo impulsionado”.
A expansão dos trilhos da ferrovia até Cuiabá e Lucas do Rio Verde é vista como uma esperança pelo setor industrial para aumentar ainda mais a sua competitividade, conforme o presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), Gustavo de Oliveira.
“O desenvolvimento industrial de Mato Grosso tem uma conexão muito forte com o nosso agronegócio. Os terminais em Campo Verde, Cuiabá, Nova Mutum e Lucas do Rio Verde vão mudar completamente a logística de toda a região, favorecendo a instalação de indústrias, como da área têxtil, área de alimentos e outras vocações que cada região possui”, frisa Oliveira.
Obras da ferrovia terão três fases
A Rumo S.A. recebeu autorização do governo de Mato Grosso para a implantação da Ferrovia de Integração Estadual de Mato Grosso. O CEO da Companhia, João Alberto Abreu, durante o lançamento das obras, destacou que a expansão terá três fases e que a primeira delas é levar 211 quilômetros de trilhos até Campo Verde.
A Rumo S.A. irá investir na obra entre R$ 14 bilhões e R$ 15 bilhões, dos quais cerca de R$ 4,5 bilhões serão injetados no traçado entre Rondonópolis e Campo Verde.
O terminal de Campo Verde tem característica modular e poderá ter capacidade de até 30 milhões de toneladas.
A segunda fase, frisou Abreu, trata-se da expansão até Cuiabá e Nova Mutum. “Campo Verde na verdade é metade do trajeto, porque é o caminho em direção ao norte e depois puxamos o ramo em direção até Cuiabá e seguimos para Nova Mutum. A terceira fase é a chegada em Lucas do Rio Verde”.
Em Mato Grosso, a Rumo S.A. conta hoje com 300 quilômetros de trilhos e após a conclusão das obras até Lucas do Rio Verde passará para mais de mil quilômetros.
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