A falta de logística na região norte de Mato Grosso tem preocupado os produtores rurais. A situação das principais estradas estaduais, conforme relatos, além de elevar em 30% o custo de frete ao setor produtivo, tem causado dificuldades em se conseguir caminhões para realizar o escoamento, uma vez que motoristas e empresas estão desistindo de pegar carga.
Indignados com as atuais condições das principais estradas estaduais da região, produtores rurais de Marcelândia cobram do governo de Mato Grosso mais atenção nas obras e manutenção das vias que são responsáveis pelo escoamento da produção de muitas propriedades do município.
A situação na região de Marcelândia quanto à logística é o tema desta quinta-feira (27) do episódio 83 do Patrulheiro Agro.
“Tem que ir devagarzinho”, pontua o caminhoneiro Idemar Antunes. Ele revela que para percorrer um trecho de seis quilômetros leva aproximadamente uma hora. “Se chover complicou mais ainda, tem que esperar secar para passar”, completa.
“Tem buraco aí que cabe um caminhão dentro, pneu, mola, tudo. Vai embuchando. Quanto mais buraco, mais danifica. Eu nem venho mais, a realidade é essa eu nem venho mais, para cá não compensa”, salienta o também caminhoneiro Francinaldo Granjeiro de Souza.
Logística trava desenvolvimento
Conforme o Sindicato Rural de Marcelândia, nesta safra 2022/23 foram cultivados aproximadamente 150 mil hectares de soja e 100 mil hectares com milho. O município conta ainda com um rebanho de 200 mil cabeças de gado.
“Nós temos aqui, por exemplo, a MT-320 que liga Santa Helena e Marcelândia, a MT-423 que é de Marcelândia a Cláudia e a MT-130. Todas elas têm que ser feita manutenção constante. O produtor está sendo sacrificado em parte por conta da logística, que está dificultosa”, diz o presidente do Sindicato Rural de Marcelândia, Marcelo Ricardo Cordeiro.
Produtora rural no município, Silvania Miranda Garcia Martins comenta que o custo de transporte na região está no mínimo 30% mais caro.
“O governo do estado tem que olhar melhor para a gente aqui no nortão, porque estamos produzindo muito e ele que Fethab. Então, eu acho que é hora de devolver para gente em obras”, frisa a produtora.
Pontes de madeira também são preocupação
Além da falta de manutenção nas estradas, outra preocupação dos produtores e motoristas envolvendo a logística na região é quanto as pontes de madeira.
“Nós precisamos não só dos nove eixos, mas também precisamos trafegar com máquinas pesadas, tanto colheitadeiras como plantadeiras. E, as pontes também não estão planejadas para esse momento do município. Precisamos de mais estrutura do governo do estado para conseguir melhorar esses detalhes”, ressalta o produtor Diego Francisco Bertuol.
Segundo os agricultores de Marcelândia, o município recebe aproximadamente R$ 200 mil mensais do repasse do Fethab.
“A administração municipal tem conseguido fazer o que está ao alcance deles. Só que mesmo assim nós temos grandes problemas. O recurso do Fethab, que vem do governo do estado, é muito pouco para manter todas essas estradas do município, que tem mais de um milhão de hectares”, diz Diego.
Outro lado
Em nota a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística de Mato Grosso (Sinfra-MT) informou que já solicitou a elaboração do projeto de restauração da MT-320, entre os municípios de Nova Santa Helena e Marcelândia. A pasta ressaltou ainda que metade dos valores arrecadados com o Fethab Combustível é repassado aos municípios para a manutenção de rodovias não pavimentadas.
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