Mato Grosso

Em franca expansão na agricultura, Marcelândia sofre com problemas de logística

Somente na safra 2022/23 o município mato-grossense destinou 150 mil hectares para a soja e 100 mil para o milho

Em franca expansão agrícola, o município de Marcelândia (MT) enfrenta grandes problemas com a falta de logística para o escoamento da produção. Somente na safra 2022/23, foram semeados cerca de 150 mil hectares de soja e 100 mil de milho, segundo o Sindicato Rural.

Marcelândia está localizada cerca de 640 quilômetros de Cuiabá. O crescimento agrícola, explica o Sindicato Rural, ocorre, principalmente, em áreas de pasto degradado. O município conta com um rebanho bovino de aproximadamente 200 mil cabeças.

Quem trafega na região, reclama das condições precárias das principais rodovias estaduais por onde precisa passar a produção que sai do campo, como as MT’s 423, 130 e 320.

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Foto: Pedro Silvestre/Canal Rural Mato Grosso

A situação de Marcelândia foi mostrada no episódio 83 do Patrulheiro Agro, exibido no Canal Rural nesta quinta-feira (27). Nele motoristas e produtores rurais relataram ao repórter do Canal Rural Mato Grosso, Pedro Silvestre, os problemas e as consequências da falta de logística, como o encarecimento em torno de 30% do valor do frete e a falta de caminhões para transportar a safra, já que muitos motoristas têm desistido de pegar carga por lá.

O caminhoneiro Idemar Antunes revela que para percorrer um trecho de seis quilômetros leva aproximadamente uma hora. “Se chover complicou mais ainda, tem que esperar secar para passar”, completa.

“Falou em frete para esses lados eu nem venho mais. A realidade é essa. Para cá não compensa”, salienta o também caminhoneiro Francinaldo Granjeiro de Souza.

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Foto: Pedro Silvestre/Canal Rural Mato Grosso

Produtor de Marcelândia sendo sacrificado

Conforme o presidente do Sindicato Rural de Marcelândia, Marcelo Ricardo Cordeiro, “o produtor está sendo sacrificado em parte por conta da logística, que está dificultosa”.

Produtora rural no município, Silvania Miranda Garcia Martins comenta que o custo de transporte na região está no mínimo 30% mais caro.

“Falta caminhão para carregar. Às vezes você tem que esperar uma semana ou mais para as empresas vim buscar. Fora o perigo de estrada. É caminhão que acidenta, vidas que se perdem. O governo do estado tem que olhar melhor para a gente aqui no nortão, porque estamos produzindo muito e ele que Fethab. Então, eu acho que é hora de devolver para gente em obras”, frisa a produtora.

Em nota a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística de Mato Grosso (Sinfra-MT) informou que já solicitou a elaboração do projeto de restauração da MT-320, entre os municípios de Nova Santa Helena e Marcelândia. A pasta ressaltou ainda que metade dos valores arrecadados com o Fethab Combustível é repassado aos municípios para manutenção de rodovias não pavimentadas.

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Concessão da BR-163 será assumida pelo governo de Mato Grosso em 4 de maio. Foto: Viviane Petroli/Canal Rural Mato Grosso

Governo de Mato Grosso assume BR-163 dia 4 de maio

Na próxima quinta-feira (4) está confirmada a transferência da Br-163 para o governo de Mato Grosso. Os 850 quilômetros passarão a ser administrados pela empresa estatal MT Par.

A previsão é que o Estado invista R$ 1,2 bilhão para garantir a duplicação e melhoria da trafegabilidade da rodovia.

 

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