O Corpo de Bombeiros de Mato Grosso realizou uma diagnóstico para mapear e classificar o território atingido por incêndios este ano, no estado. O número expressivo de focos de calor registrados, passa dos 40 mil desde o início de janeiro, uma média geral de 4,46 focos de calor para cada 100km².
Quando o olhar é feito separadamente por tipo de área atingida, se chega a uma conclusão óbvia, mas que surpreende àqueles que colocam o homem do campo como vilão nesta história, de que os produtores rurais na realidade são os grandes aliados na prevenção aos incêndios florestais.
Conforme o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, Cel. Flávio Gledson, ao Conexão FPA-MT desta semana, entender os números é importante para a sociedade.
“Verificamos que o produtor rural, que tem a terra regularizada não é quem tem problema de fogo. Menos de um foco de calor foi registrado em 100km² de área privada regularizada no estado. Dez vezes mais, foram registradas em áreas privadas não regularizadas que não produzem, seis vezes mais em áreas indígenas e cinco vezes mais em áreas de conservação. Por isso, buscamos a parceria do Fórum Agro para repassar isso”, completa o Coronel.
O presidente do Fórum Agro, Itamar Canossa, destaca que o Corpo de Bombeiros precisa de um complemento e de apoio da infraestrutura das propriedades rurais, desde depósitos de água até equipamentos utilizados nas lavouras.
“Sempre ficou clara a situação de trabalho em conjunto. Ao invés de controlar um grande incêndio, é melhor controlar ele no início e melhor que isso, é preveni-lo. A parceria com o Corpo de Bombeiros é sempre importante, porque precisa de uma participação do setor público junto com o privado”, diz.
O deputado Carlos Avallone (PSDB), que preside a Comissão de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Recursos Minerais da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, destaca a atuação do parlamento, ao longo do ano, na fiscalização desses trabalhos.
Ele diz que precisa ficar claro para a sociedade, que o maior prejudicado é o produtor rural quando a propriedade pega fogo uma vez que, ela demora cerca de 10 anos para voltar a produzir, o que produzia.
“Não tem muito sentido achar que o produtor rural é quem está colocando fogo. Existem algumas distorções que precisam ser corrigidas e em algumas áreas precisam de educação ambiental. Nós temos trabalhado muito nisso”, pontua o parlamentar.
De acordo com o diagnóstico apresentado, foram registrados, até outubro deste ano, 40.315 mil focos de calor, uma média de 4,46 focos para cada 100 km².
As áreas consideradas produtivas e regularizadas registraram 0,99 foco por 100 km², as áreas improdutivas ou irregulares registraram 10,6 focos para cada 100 km². Nas áreas de assentamento rural, o índice foi de 7,47, nas Unidades de Conservação de 6,68 e nas Terras Indígenas de 6,16 para cada 100 km².
De acordo com o Coronel Gledson, todos os anos o governo de Mato Grosso tem intensificado o trabalho no combate ao incêndio.
“A gente tem percebido uma severidade muito grande da estiagem e dos incêndios de maneira geral, por conta da condição climática. O governo tem tentado acompanhar isso, colocando mais recursos e tecnologias para o enfrentamento”, finaliza.
+Confira outras matérias do Conexão FPA-MT
+Confira todos os episódios do Conexão FPA-MT
+Confira as pilulas do Conexão FPA-MT
Clique aqui, entre em nossa comunidade no WhatsApp do Canal Rural Mato Grosso e receba notícias em tempo real.