Por volta dos anos 1970 e 1980 se espalhava pela região sul do país notícias sobre terras em potencial em Mato Grosso. Muitos migraram para o estado em busca de trabalho e oportunidades. Os que seguiram desbravando as terras desconhecidas e fundando cidades, hoje, conforme o produtor de Nova Mutum, Paulo Zen, veem os frutos desse investimento sendo colhido, principalmente através da sucessão familiar.
A história da família de Paulo Zen começa há mais de quatro décadas e se funde com a de milhares produtores rurais, empresários e trabalhadores do sul do país que na época chegaram à Mato Grosso.
Atual presidente do Sindicato Rural de Nova Mutum, Paulo Zen conta ao Prosa com o Deva, neste episódio 15, que a história da família começou com a ideia do avô de em sair de Chapecó (SC) e adquirir uma propriedade em Mato Grosso.
“Meu pai era caminhoneiro e veio trazer eles. Acabou que gostou e ficou. Meu avô convenceu a minha mãe também. Quando viemos para cá não tinha nada. Era mato e começamos aqui nessa propriedade”.
Conforme ele, diante das dificuldades com energia elétrica na propriedade, o pai chegou a fazer pequenas hidrelétricas para que pudessem ter um pouco mais de conforto e também poder trabalhar.
“O começo foi doído. Mas, naquela época parecia que éramos menos atrapalhados. Atrapalhavam menos a gente. Podíamos fazer as coisas que não tinham essas leis de hoje, essa marcação de hoje que se tem com o produtor. Esse mau que jogam nas costas da gente”.
Incentivo para produzir
Paulo Zen conta que naquela época havia incentivo por parte do governo para a produção agropecuária em Mato Grosso.
“Tinha incentivo para fazermos isso. Estamos aqui, porque fomos justamente incentivados pelo governo. A história era que se não tivéssemos aberto isso aqui [realizada a expansão de Mato Grosso para o norte do país] íamos perder a Amazônia. Então, muitos vieram. Alguns não conseguiram ficar e voltaram. Muitos ficaram por aqui e morreram por conta de doenças. A dificuldade era grande”.
Hoje, ao lado do irmão, Paulo Zen administra a propriedade adquirida pelo pai, no qual atual com agricultura, pecuária e avicultura.
É preciso se colocar no lugar do outro
Presidente do Sindicato Rural de Nova Mutum, o produtor frisa que preza muito em se colocar no lugar dos colegas quando estes procuram a entidade em busca de ajuda.
“Eu prezo muito por isso. Procuro centrar no que eles estão sentindo. E a entidade hoje é um dos sindicatos mais atuantes do estado. E a gente tem que estar preparado”.
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