ANTECIPADA

Vendas da soja 24/25 em MT seguem lentas com preço pouco atrativo

Produtor mato-grossense segue cauteloso nas negociações do ciclo futuro, principalmente diante do alto custo de produção

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Foto: Pedro Silvestre/Canal Rural Mato Grosso

As negociações da safra 2024/25 de soja em Mato Grosso atingiram 2,46% da produção prevista em fevereiro. O percentual é inferior à média histórica dos últimos cinco anos de 13,58% para o período. O preço pouco atrativo e o alto custo de produção são os pontos de atenção do produtor.

Entre janeiro e fevereiro as negociações antecipadas da temporada, que será plantada a partir de 16 de setembro, foi de apenas 1,16 ponto percentual, segundo relatório do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

Ao se comparar com a safra 2023/24, na mesma época os produtores já haviam comercializado 5,43% da produção prevista.

As regiões médio-norte e noroeste do estado são as mais “adiantadas” com 3,81% e 3,60% de suas respectivas produções vendidas. Já na oeste 3,04% foi negociada.

Preço não cobre custo de produção da soja

De acordo com o Imea, no que se refere ao preço da oleaginosa, o valor médio da saca de 60 quilos futura em fevereiro apresentou queda de 1,98% no comparativo com janeiro, ficando na média estadual de R$ 94,16.

A safra 2024/25 de soja deverá ser ainda mais desafiadora para o produtor mato-grossense, como já destacado pelo Canal Rural Mato Grosso. Isso porque o Custo Operacional Efetivo (COE) apresenta um aumento de 1,26% no comparativo com a temporada 2023/24. As projeções apontam um valor de R$ 5.704,70 por hectare.

O Acompanhamento dos Custos das Produções Agropecuárias de Mato Grosso (Acapa-MT), realizado pelo Senar-MT e pelo Imea, divulgado em fevereiro, pontuava que tal incremento observado decorre dos custos elevados para o próximo ciclo e a pressão dos preços da soja futura.

Ao se analisar o Ponto de Equilíbrio (PE) para a safra 2024/25, no qual foi utilizada a média da produtividade das últimas cinco safras para calcular o indicador, nota-se que o preço negociado em fevereiro, de R$ 94,16 a saca, já não cobre o custo com o COE, que ficou estimado em R$ 98,02 a saca.


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