As chuvas irregulares e pouco volumosas nos últimos dias em Nova Mutum preocupam o desenvolvimento da soja de ciclo precoce. Segundo produtores, elas não foram suficientes para garantir a umidade necessária e em algumas lavouras as estimativas são de perdas de até 30% na plantação.
O cenário visto no município da região médio-norte de Mato Grosso tem tirado o sono dos agricultores.
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Luan Carlos Gava de Morais é produtor em Nova Mutum. De acordo com ele, as chuvas vêm aparecendo pequenas entre cinco e dez milímetros. “Nunca mais que isso. Temperatura muito alta no dia, sol bem ardido. Não tem planta que resiste, não tem como, se não estabilizar a chuva daqui pra frente vai ser bem crítica a situação. Deixando bastante apreensivo, principalmente nesta fase que é de enchimento de grão”.
A mesma situação é verificada na propriedade do agricultor Alexandre André Rocknbach. “Eu acredito que vai dar uns 30% de quebra. Essa mortalidade de plantas no estande aqui é de preocupar bastante mesmo. O que era pra voltar não vai. Eu tenho o custo de vida, tenho o custo de produção, custo para manter máquina, funcionário o ano inteiro, mas vai ter que passar, fazer o que tem que dar um jeito de passar pra frente”.
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Prejuízo na lavoura e com os compromissos
O baixo desempenho da safra, diante do estresse hídrico, preocupa ainda mais os produtores quanto aos compromissos desta temporada. Thierri Heineck estima uma perda de até 30 sacas muitas partes de sua lavoura de 830 hectares.
“Está se caminhando para uma safra negativa. Uma safra ruim. É tenso de ver. Nos últimos 30 dias temos 30 milímetros. As previsões de tempo nenhuma estava indicando esse esse clima. Infelizmente, pegou nós de surpresa. Quando é 7h30, 8h a soja está toda murcha, está toda dobrada a folha. Se chover nós vamos amenizar as perdas, e olha lá se pagar os custos e o operacional”, diz Heineck.
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Conforme o agrônomo Naildo Lopes comenta que em Nova Mutum algumas áreas ficaram mais de 20 dias sem registrar chuva. “No mês de novembro tivemos um acumulado de 70 milímetros. E, esses materiais, a maioria, foram plantados entre 20 e 25 de setembro. Então, pegando esses materiais no momento do seu florescimento, formação de vagens e grãos, isso afetou drasticamente e afetará a produção final”.
Lopes pontua que na região de Nova Mutum as perdas por conta do estresse hídrico podem chegar a uma média de 5%.
Receio é de excesso de chuva na colheita
Levantamento meteorológico realizado pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) revela que o volume de chuvas no acumulado entre setembro e novembro em Nova Mutum não ultrapassou os 500 milímetros. A situação gera preocupação, uma vez que o volume esperado de chuva até o momento pode vir no momento da colheita.
“O que não perde na seca perde na chuva. O ano passado em 500 hectares foi perdido cinco mil sacos por umidade no período da chuva. O que não colheu úmida, apodreceu na lavoura, e o cenário é bem parecido, faltou no começo”, diz o produtor Alexandre André Rockenbach.
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