A safra dos Estados Unidos será o guia dos preços da soja sul-americana, em especial a brasileira. Especialistas pontuam que o clima será fator crucial na próxima temporada e que o produtor rural precisa estar atento às oportunidades.
O mercado da soja foi um dos pontos abordados neste primeiro dia da segunda edição da Feira Brasileira de Sementes (Febrasem), que está sendo realizada em Rondonópolis (MT). O evento segue até amanhã (16), no Parque de Exposições da cidade, reunindo todo o elo da cadeia produtiva de sementes do país.
De acordo como o especialista em commodities Ismael Menezes, em sua palestra “Macro Cenário e Perspectivas de Mercado Soja e Milho”, é preciso que o produtor rural esteja atento às oportunidades que podem surgir. O especialista pontuou que dificilmente a saca de soja, como se esperava em 2023, chegue aos patamares de R$ 200.
“A quebra na Argentina e no Rio Grande do Sul levou muitos a acreditar que o preço da soja chegaria a R$ 200. Quando começou a colher no Brasil viu-se que os números surpreendiam, que a caixa produtiva aumentou cobrindo a quebra do Rio Grande do Sul e atingiu-se a marca de 156 milhões de toneladas [volume recorde]. É preciso cautela e aproveitar as oportunidades que surgirem”.
Ainda segundo Menezes, a safra dos Estados Unidos é quem irá guiar os preços da soja na América do Sul.
“Tudo depende do clima dos Estados Unidos. É preciso fazer gestão de risco”, disse Menezes ao lembrar que os meses de julho e agosto são os meses em que as cotações na Bolsa de Chicago apresentam recuo significativo diante da definição de ciclo no país.
El Niño pode atrasar regime de chuvas
O clima no Brasil também é um fator a ser observado pelo agricultor e que pode impactar nos preços da soja e demais culturas, como o milho. A grande possibilidade em se ter o evento climático El Niño predominando na safra 2023/24 pode trazer atraso no regime de chuvas.
“Em Mato Grosso podemos ter atraso e menor volume de chuvas e maiores temperaturas, o que traz alguns desafios técnicos na prática”, destacou o especialista Gregori Henrique Soares, em sua palestra “Overview safra 22/23 e expectativas climáticas safra 23/24”.
Conforme Soares, conhecer o ambiente de produção dos talhões ajudará a extrair o melhor posicionamento dos materiais. “Além disso, materiais de GM médio e/ou com maior segurança contribuirão com a estabilidade produtiva. Cultivares com populações menores e com aptidão para ambientes de menor potencial também podem contribuir com a estabilidade produtiva”.
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