Mato Grosso

Projeto da Fundação MT avalia uso de biológicos no sistema soja-algodão

Estudo tem como objetivo reunir informações a partir de manejos que aliam aplicações químicas e biológicas

O plantio da soja praticamente foi encerrado em Mato Grosso e o do algodão teve início em algumas regiões nesta semana. O controle de pragas, doenças e nematoides nas duas culturas é essencial para bons resultados em produtividade. Há quase três safras a Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT) realiza no estado estudos com o objetivo de avaliar a performance de biocontroladores no sistema soja-algodão.

O Projeto Biológicos teve início na safra 2020/21 e é conduzido pelo departamento de Fitopatologia e Biológicos da instituição. Inicialmente, a instalação de tratamentos foi realizada no Centro de Aprendizado e Difusão (CAD) de Nova Mutum e Sapezal. Conforme a fundação, neste ciclo 2022/23 os trabalhos estão sendo realizados majoritariamente no CAD Oeste, em Sapezal.

No momento, os trabalhos de pesquisa são realizados na cultura da soja. De acordo com a Fundação MT, após o término da safra da oleaginosa, o projeto seguirá durante a safrinha do algodão, cuja semeadura em Sapezal está prevista para 25 de janeiro de 2023.

“Hoje, o controle de pragas e doenças, e principalmente no sistema soja-algodão, é bastante intensificado no uso de defensivos químicos, mas há outras alternativas disponíveis. O uso de biocontroladores é uma forma de alcançar mais sustentabilidade, incrementando o manejo já praticado, com resultados em produtividade satisfatórios ao produtor e com menor impacto ao meio ambiente”, afirma João Ascari, pesquisador da Fundação MT.

Algodão
Foto: Divulgação/Fundação MT

Empresas participam do estudo

Segundo Karla Kudlawiec, na edição 2022/23 do projeto participam as empresas Biocontrol e Lallemand com o posicionamento de seus respectivos produtos. “O objetivo macro do projeto é reunir informações a partir de manejos que aliam aplicações químicas com biológicas e mostrar as diferentes opções de escolha disponíveis para o produto”.

A Fundação MT pontua que a pesquisa inclui análise nematológica, da severidade de doenças que incidem na cultura avaliada, acompanhamento das infestações de pragas e resultados de produtividade.

percevejo barriga-verde
Percevejos estão entre as pragas que devem pressionar a cultura da soja na safra 2022/23. Foto: Fundação MT/ Divulgação

Projeto conta com plataforma de análise exclusiva

O Projeto Biológicos conta com uma plataforma de análise exclusiva, desenvolvida pelo setor de Data Science da Fundação MT. A plataforma possui ferramentas para análises estatísticas robustas, que consideram a natureza de distribuição dos dados e relatório com resultados interativos.

De acordo com a instituição, as empresas participantes do projeto possuem acesso a quatro tratamentos: testemunha, padrão químico, manejo biológico e o manejo integrado, posicionando seus produtos apenas dentro do biológico e do integrado.

Ainda conforme a Fundação MT, os pesquisadores estimam que na safra 2022/23 da soja as doenças que mais podem estar presentes e serão alvo para os resultados da pesquisa são a mancha alvo e a cercosporiose. Já entre as pragas a maior pressão deverá ser quanto as lagartas, sugadores (percevejos) e mosca-branca.

“Cada safra é uma condição diferente, então precisamos trazer dados de várias safras e assim ter maior consistência nos resultados com materiais diferentes, cenários diferentes, e mostrar a viabilidade do uso dos biológicos”, frisa João Ascari.

 

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