PROJEÇÕES

MT deverá ter a pior produtividade de soja em 15 anos, aponta empresa canadense

Análises sobre a produtividade da soja nesta safra 2023/24 foram realizadas em Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná

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Foto: Pedro Silvestre/Canal Rural Mato Grosso

A produtividade da soja em Mato Grosso deverá ser a pior em 15 anos. É o que aponta a EarthDaily Agro. Segundo estudo da empresa, especialista em sensoriamento remoto com uso de imagens de satélites, a estimativa é que sejam colhidas no estado 52,12 sacas por hectare.

“No Mato Grosso, o índice de vegetação (NDVI), que possui alta correlação com a produtividade, apresenta evolução muito ruim. Após dois anos de resultado acima da tendência, o NDVI traz uma curva mais acentuada e desfavorável do que nas temporadas de 2015/16 e 2012/13, quando houve quebra de safra”, explica o analista de safra da empresa, subsidiária da EarthDaily Analytics Corporation (EDA), com sede em Vancouver, Felippe Reis.

Diante de tal avaliação, o analista pontua que os dados indicam que a quebra da safra em Mato Grosso seja a pior dos últimos 15 anos.

“A produtividade no estado está estimada em 15% abaixo da tendência. O pior resultado foi em 2016, quando ficou 13% abaixo da tendência”.

Projeção é próxima do Imea e Aprosoja-MT

As perspectivas da EarthDaily Agro para Mato Grosso são próximas das projeções apontadas para a safra 2023/24 pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) e pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

Pesquisa recente realizada pela Aprosoja-MT aponta um volume médio de 50,22 sacas por hectare. Já o último levantamento de safra do Imea, divulgado na segunda-feira (15), apontava uma estimativa média de 53,59 sacas por hectare, uma queda de 13,99% em comparação ao recorde de 62,30 sacas da última temporada.

Baixo desempenho em outros estados

Um levantamento foi realizado pela EarthDaily Agro também nos estados de Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná. A empresa projeta para a safra 2023/24 de soja uma produção nacional de 149,2 milhões de toneladas, volume, que de acordo com Reis, “mesmo com uma estimativa bem inferior à da Conab e USDA, continuamos com o viés de baixa”.

Em Goiás, a produtividade está projetada em 7% abaixo da tendência dos últimos 15 anos. O pior resultado, de acordo com a empresa, ocorreu em 2015 quando ficou 19% abaixo da tendência (em 2016 ficou 5% abaixo da tendência). Para a safra atual, a projeção é de 60 sacas por hectare, abaixo das 65 sacas verificadas na temporada passada.

A seca e queda da umidade do solo tem impactado o desenvolvimento das lavouras em Mato Grosso do Sul. A estimativa atual é de 57,7 sacas por hectare. Na safra passada foram 62 sacas por hectare.

No Paraná, a produtividade encontra-se 2% abaixo da tendência, considerando o período de 15 anos. “Atualmente o NDVI está em patamar mais baixo do que em 2019 (10% abaixo da tendência), o que permitiria uma posição ainda mais pessimista. Para o ciclo atual estimamos 57,83 sacas por hectare, sendo que, em 2023, foram 64,3 sacas por hectare”, aponta Reis.


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