Visando garantir a janela ideal para a segunda safra de milho, agricultores apostam cada vez mais no uso de cultivares precoces de soja. Pesquisadores alertam, no entanto, que a estratégia exige atenção redobrada com o uso de fungicidas, uma vez que utilizado de forma inadequada pode derrubar produtividade em até 20 sacas por hectare.
O assunto é tema do episódio 54 do Patrulheiro Agro.
“A tendência é essa. Com a vinda das usinas [etanol], o mercado de milho aquecido, o produtor planta materiais mais precoces para poder obter uma produtividade maior na safra de milho”, comenta Thiago Stefanello, produtor de Sorriso.
- Grandes grupos que vão investir em algodão aceleram plantio da soja em Mato Grosso
- Anomalia da soja pode ser determinada por questões genéticas, segundo pesquisador
Sorriso, município que mais produz soja no Brasil, deve semear com a oleaginosa 630 mil hectares. Muitos agricultores começaram o plantio da safra 2022/23 já pensando em garantir a melhor janela para o cultivo do milho segunda safra.
“Entrar plantando o milho e colher o quanto antes. A gente está vendo uma rentabilidade muito boa nos últimos anos. E, é o que está sustentando o produtor”, salienta Silvano Filipetto.
Manejo incorreto na soja favorece doenças
O manejo incorreto pode favorecer o aumento de patógenos e doenças fúngicas que podem causar perdas significativas na produtividade da lavoura de soja, como Septória, Antracnose, Mancha-alvo e Cercóspora. O alerta também vale para os ingredientes ativos de baixa performance oferecidos no mercado.
“São as principais doenças. E podem tirar, no mínimo, em torno de 10 a 20 sacas [produtividade]. Logicamente que isso variando de ano para ano. Nenhuma safra é igual a outra”, destaca o pesquisador da Fitolab, Eder Novaes Moreira.
Pesquisa de princípios ativos é essencial
A recomendação ao agricultor é pesquisar os princípios ativos antes de adquirir os produtos para o manejo da soja.
“A quantidade de ingrediente ativo que ele está comprando é o primeiro ponto. Qual é o ativo que está comprando e em terceiro quem está vindo de carona dentro do galão”, orienta Moreira.
O agricultor Gabriel Lenz revela que na propriedade chega-se a realizar ao menos um ou dois anos de testes. “Pensando num ano em que não se sabe como será o próximo em termos de custo quanto a produção. O rumo que vão tomar essas doenças e anomalias. Uma compra errada pode nos botar num grande risco”.
+Confira todos os episódios da série Patrulheiro Agro
Clique aqui, entre no grupo de WhatsApp do Canal Rural Mato Grosso e receba notícias em tempo real