120 DIAS

Líder em soja, Sorriso decreta situação de emergência por falta de chuvas

Município é o maior produtor de soja do Brasil com 630 mil hectares destinados para a cultura

Falta de chuva em Tangará da Serra repjudica soja Foto Pedro Silvestre Canal Rural Mato Grosso
Foto: Pedro Silvestre/Canal Rural Mato Grosso

Reconhecido mundialmente como a “Capital Nacional do Agronegócio”, o município de Sorriso, na região médio-norte de Mato Grosso, decretou situação de emergência por 120 dias devido ao longo período de estiagem. Segundo o Sindicato Rural, nesta safra 2023/24 foram semeados 630 mil hectares de soja e as estimativas apontam perdas entre 20% e 30% em decorrência ao clima adverso.

O decreto foi assinado pelo prefeito Ari Lafin na tarde de quinta-feira (21). Com isso, Sorriso se junta a outros municípios mato-grossenses com tal medida.

O decreto frisa que a “estiagem traz resultados expressivos econômicos e sociais, com intensidade no que diz respeito à redução na produção de soja, milho, algodão e feijão, totalizando perdas significativas nas propriedades rurais”.

Ainda destaca que a “chuva mensal acumulada, nos meses de setembro a dezembro do ano de 2023 perfaz a quantidade 399.2 mm, sendo que a média histórica, no mesmo período, seria de aproximadamente 1000mm”.

Segundo informações do Sindicato Rural de Sorriso, reuniões foram realizadas nos últimos dias com diversas autoridades, empresas e bancos em busca de uma alternativa para minimizar os problemas causados. A colheita da soja no município teve início em novembro, com resultados abaixo do esperado e baixa umidade.

A produtividade média de soja registrada em algumas propriedades varia entre 20 e 25 sacas por hectare.

Prejuízo e decretos de situação de emergência

A colheita da soja que deveria começar nos próximos dias no estado, teve início em meados da segunda quinzena de novembro diante do encurtamento do ciclo, como já destacado pelo Canal Rural Mato Grosso.

Em alguns municípios, como Campo Verde e Nova Mutum, há relatos de produtividade média nas primeiras áreas colhidas de 7 sacas por hectare e 13,5 sacas. Volumes estes considerados insuficientes para cobrir o custeio da temporada de R$ 4.124,27 por hectare.

Desde o dia 30 de novembro, conforme publicado no Jornal Oficial Eletrônico dos Municípios de Mato Grosso, diversos municípios decretaram situação de emergência pela falta de chuvas. Entre eles Araputanga, Chapada dos Guimarães, Canarana, Diamantino, Porto Alegre do Norte e Tabaporã.

Em entrevista ao Canal Rural Mato Grosso, nesta quinta-feira (21), o presidente do Sindicato Rural de Diamantino, Altemar Kröling, declarou que “É realmente um ano desafiador. O El Niño já levou da produção de Diamantino em torno de 50%. Muito preocupante”.

A perspectiva em Diamantino era semear 420 mil hectares de soja. No milho a previsão é reduzir a área de 220 mil hectares para 170 mil.

Quebra de 20% da safra de soja

A irregularidade das chuvas e o calor forte podem levar Mato Grosso à maior quebra da safra de soja da história. A estimativa é do Itaú BBA, que projeta queda de 20% na produtividade das lavouras em relação ao potencial.

A perspectiva do Itaú BBA, no relatório Radar Agro de dezembro, divulgado nesta quarta-feira (20), é semelhante a pesquisa apresentada pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) na terça-feira (19), na qual foi apontado que os sojicultores devem colher 36,15 milhões de toneladas nesta temporada, 9,16 milhões a menos que na safra passada.

As altas temperaturas no período da semeadura, que superaram os 40 graus em vários momentos, e a falta de chuvas regulares são apontados como os principais fatores nesta temporada 2023/24 para a falta de sono dos produtores rurais mato-grossenses.


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