SOJA

Comercialização da oleaginosa é mais lenta da série histórica

Em Diamantino, região centro-sul do estado, as lavouras devem ocupar 420 mil hectares nesta safra, mas a presença das plantadeiras, ainda é tímida no campo

A venda da safra 2024/25 de soja, está mais lenta que a média dos últimos cinco anos em Mato Grosso. A desvalorização do grão, a baixa rentabilidade das temporadas passadas e o alto custo de produção, são apontados como principais fatores para a morosidade nas negociações. 

Em Diamantino, região centro-sul do estado, as lavouras devem ocupar 420 mil hectares nesta safra, mas a presença das plantadeiras, ainda é tímida no campo pela falta de umidade no solo. 

O presidente do Sindicato Rural de Diamantino, Altemar Kroling, conta que o município foi muito atingido pela estiagem no ano passado e que por isso, muitas áreas foram direto para o plantio de algodão. “Então essas áreas que não foram plantadas elas impactaram na média. É um ano que a gente não pode errar”. 

O Alceu Cavalheiro, é gerente de produção de um grupo familiar que pretende cultivar cerca de dez mil hectares da oleaginosa nesta safra. Ele adotou a paciência como estratégia para garantir uma semeadura mais segura. 

Para tentar evitar um atraso maior na janela do algodão segunda safra, que deve ocupar seis mil hectares na fazenda, a alternativa foi trocar parte das sementes de soja compradas por cultivares de ciclos mais precoces. 

“A janela do algodão ele requer isso, ele tem que ter a data certa de plantio e a janela é muito curta então quanto mais o tempo passa mais tem que encurtar a janela e vai mudando as variedades. Agora a tomada de decisão tem que ser muito rápida”, conta Alceu. 

O risco de baixa rentabilidade, também causa apreensão da porteira para dentro. 

De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), os agricultores já negociaram 33,03% da produção de soja prevista para esta temporada em Mato Grosso. O ritmo da comercialização está abaixo da média das últimas 5 safras para este período, que é de 39,62%.

O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Lucas Beber, diz que os preços preocupam, principalmente, porque a demanda chinesa da soja, não tem crescido. 

 “Isso mostra também que a oferta e a produtividade aos poucos, vão se ajustando porque sabe que se ofertar demais acaba diminuindo mais a lucratividade. Não podemos cometer exageros, principalmente, em  épocas em que os preços não estão maiores, sempre aproveitar o tempo, caprichar que é o que pode fazer e o resto está nas mãos de Deus. Nós não temos controle sobre o clima”, finaliza. 


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