IMEA

Com baixo rendimento na soja, produtor em MT deverá ter os custos na 'ponta da caneta'

Produtividade média esperada na safra 2023/24 não cobre o ponto de equilíbrio e cenário liga o sinal de alerta para a 2024/25

O corte em quase 14% na produtividade da soja nesta safra 2023/24 em Mato Grosso tem tirado o sono do produtor. A produtividade média prevista de 53,59 sacas por hectarenão cobre o ponto de equilíbrio em sacas do Custo Operacional Total (COT), estimado em 54,73 sacas por hectare. O cenário preocupa ainda mais quando se olha para a temporada 2024/25.

Apesar da área ter sido mantida em 12,131 milhões de hectares, os rendimentos obtidos nas lavouras, principalmente nas primeiras áreas colhidas, devem derrubar a produção de soja no estado para 39 milhões de toneladas, conforme previsões do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

No estado, como destacado anteriormente pelo Canal Rural Mato Grosso, há relatos de produtividades médias variando entre 4 e 30 sacas em áreas semeadas entre setembro e outubro, período de maior estresse hídrico e altas temperaturas.

De acordo com o Imea, a situação no que tange as despesas pode ser “ainda pior” para alguns produtores, “visto que parte destes não travaram os custos e não realizaram nenhuma venda da produção, e outros podem colher uma produtividade menor que a média”.

Soja 2024/25 na ponta da caneta

Ao se olhar para a safra 2024/25 “o cenário poderá se agravar ainda mais”, apontam as análises do Instituto, pois as estimativas apontam um incremento nas despesas em relação a temporada 2023/24. Além disso, os preços da soja futuro seguem menores. Em dezembro a saca de 60 quilos era cotada em média a R$ 112,31 no mercado futuro.

“Desse modo, com o COT projetado em R$ 6.319,73 por hectare, o produtor terá que produzir no mínimo 62,06 sacas por hectare de média no ciclo 2024/25 para cobrir as despesas”, diz o Imea.

O instituto frisa ainda que “com a situação atual na safra 2023/24 e o cenário desafiador para o próximo ciclo, o produtor deve ter os seus custos na “ponta da caneta”, a fim de aproveitar as oportunidades de mercado para minimizar os riscos”.


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