A área ocupada por lavouras de soja tem apresentado crescimento contínuo em Mato Grosso do Sul nos últimos anos. Na safra 2018/2019 foram cultivados 2,98 milhões de hectares com a oleaginosa, passando para 3,7 milhões de hectares na temporada atual, um aumento de 24%.
A previsão é de que, nos próximos três anos, esse processo seja acelerado e a cultura passe a ocupar 4,5 milhões de hectares. É o que aponta estudo elaborado pela Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro) do estado, com base em dados coletados pelo Sistema de Informação Agropecuária (Projeto Siga/MS), mantido pelo governo em parceria com as entidades da classe.
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O potencial de expansão da soja em Mato Grosso do Sul foi tema de palestra proferida pelo secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, na última sexta-feira (27), na Showtec.
Ele apresentou um panorama da produção atual de soja, fazendo uma retrospectiva com a área ocupada pela cultura há sete anos e apontando as perspectivas de crescimento.
Segundo Verruck, a soja é a principal cultura agrícola do estado, ocupando área bem superior à do milho, que também tem apresentado um movimento crescente.
A maioria das lavouras de soja está concentrada nas regiões centro-sul, norte e nordeste do estado, com importante expansão ocorrendo na região sudoeste. Na safra 2018/2019, foram plantados 2,98 milhões de hectares de soja e 2,17 milhões de hectares de milho. No ciclo posterior (2019/2020), essas áreas já passaram para 3,39 milhões/ha (soja) e 1,89 milhão/ha (milho).
Na safra seguinte, novo aumento: 3,53 milhões/ha de soja e 2 milhões/ha de milho; e, na safra atual (2021/2022), atinge a área de 3,7 milhões/ha de soja e 2,59 milhões/ha de milho.
As projeções são de contínuo crescimento e com uma ligeira aceleração.
Na próxima safra (2022/2023), a soja deve ocupar 3,9 milhões/ha. No ciclo 2023/2024, a expectativa é que passe para 4,10 milhões/ha. Na temporada seguinte (2024/2025), já deve chegar a 4,3 milhões/ha e em 2025/2026 atingir a marca de 4,5 milhões/ha.
O milho – que normalmente é cultivado na mesma área, só que em época diferente – apresentará crescimento similar: 2,73 mi/ha, 2,87 mi/ha, 3,10 mi/ha e 3,15 mi/ha.
A soja ocupa, atualmente, o topo do ranking de exportação de Mato Grosso do Sul, ultrapassando temporariamente a celulose. Isso se deve, naturalmente, ao fato de a colheita do grão ter acabado recentemente e os produtores estarem comercializando sua produção nesse momento.
Os principais destinos da soja sul-mato-grossense são China, Bangladesh, Tailândia, Argentina, Vietnã, Paquistão e Coreia do Sul.
“Quanto à exportação, o problema [está] na sazonalidade, capacidade de armazenagem e disponibilidade de crédito. Com relação ao destino, a China é a principal parceira comercial atual de Mato Grosso do Sul. No entanto, [o país asiático] prefere a matéria prima, enquanto estamos caminhando para, gradativamente, processar e agregar mais valor à produção”, diz Verruck.