O elevado custo de produção da soja e do milho, somado a queda de preço, vem preocupando o setor produtivo mato-grossense. Segundo a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), o momento é de “tirar o pé” do acelerador e olhar para a “matemática do nosso negócio” para não colocar a “rentabilidade em risco”.
Nesta sexta-feira (19), conforme indicadores do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a saca de 60 quilos de soja em Sorriso estava cotada a R$ 110,00 no mercado disponível, em Canarana a R$ 105,76 e Querência a R$ 104,78. Valores estes bem distante dos R$ 200 vistos há cerca de um ano.
Já a saca de 60 quilos do milho encerrou a semana cotada na casa dos R$ 43,10 em Sinop no mercado disponível e R$ 49,30 em Rondonópolis. Montantes que não cobrem os custos de produção, como relatado pelo setor produtivo e especialistas.
“Vivemos um momento de que os preços estão baixos e sem dúvida nenhuma a rentabilidade em risco”, pontua o presidente da Aprosoja-MT, Fernando Cadore.
Em vídeo publicado nas redes sociais da entidade nesta sexta-feira, Cadore frisa que o momento é de olhar para os custos e repensar nos mesmos.
“Há mais de um ano a Aprosoja Mato Grosso vem trabalhando e pedindo para que o produtor olhe a viabilidade, seja reduzindo a fertilização, usando a base técnica. Fizemos um trabalho que mostrava que é possível que se reduza, que se otimize o uso dos fertilizantes. Talvez seja hora para olhar novamente para isso. Olhar para viabilidade. O principal insumo é a viabilidade”, salienta Cadore.
Apagão de armazenagem preocupa Mato Grosso
Ainda segundo o presidente da Aprosoja-MT, ao mesmo tempo em que a entidade alerta quanto aos riscos em relação à rentabilidade no campo, também há a preocupação quanto ao apagão de armazenagem que bate na porta de Mato Grosso.
Cadore destaca que a entidade tem buscado junto ao governo federal ações de políticas públicas que evitem tal apagão e que Mato Grosso volte a ver milho à céu aberto, como em safras passadas.
“É imprescindível que o Brasil olhe para o problema do armazenamento. Nós vamos ter o apagão de armazenagem agora à medida que a produção aumenta e só temos 45% da capacidade estática”.
Outro ponto tratado pela Aprosoja-MT, diz Cadore, com o governo federal é quanto à políticas públicas que tragam referência de preços.
“Lembrando que quando a agricultura, quando a pecuária vai mal invariavelmente essa queda na arrecadação sai do comércio, sai do serviço, sai do supermercado, sai da rede de automóveis, enfim. Todos perdemos quando a agricultura e pecuária vão mal”.
Confira vídeo de alerta do presidente da Aprosoja-MT:
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