MT SUSTENTÁVEL

Sistema de plantio direto dispensa adubação química e traz mais saúde ao solo 

Estratégias como a integração de braquiárias e a rotação de culturas são atividades promissoras na recuperação do solo

O plantio direto é uma prática agrícola sustentável que evita o revolvimento do solo, promove a rotação de cultura e a cobertura em palhadas. Essa prática vem ganhando força em Mato Grosso com a integração de braquiárias e demais culturas que enriquecem o solo e reduz a necessidade da adubação química.  

Na propriedade de Diogo Guimarães, produtor rural no município União do Sul, ao norte do estado, foi iniciado neste ano um processo de descompactação do solo. Ele conta que um quarto da plantação é integrada da braquiária em consórcio com o milho.

Foto: Leandro Balbino/ Canal Rural MT

A ação é capaz de melhorar a qualidade do solo e a produtividade agrícola, significativamente. 

“A braquiária traz uma série de benefícios. Além da formação de palhada e matéria orgânica para o solo, há a descompactação do mesmo devido à quantidade absurda e grandiosa de raízes que ela solta. Ela funciona como uma bomba de potássio, retirando o potássio que está em profundidade no solo e jogando para cima. Ou seja, com o benefício dela você já faz uma adubação de potássio só implementando a planta juntamente com o milho”, conta Diogo em entrevista ao MT Sustentável desta semana.

Prática presente há cerca de 50 anos no Brasil

A tecnologia baseada no sistema de plantio direto, chegou há cerca de 50 anos no Brasil. O conceito de plantio direto se baseia em três princípios: ausência de revolvimento do solo ou a mínima intervenção nesse sentido; a rotação de culturas e a cobertura de solo com palhada.

A Fazenda Concórdia, localizada em Nova Ubiratã, ao norte do estado, possui uma área de 2,5 mil hectares destinada a esse plantio. Desse total, conforme o produtor Nathan Belusso, 700 hectares serão utilizados para uma terceira safra de feijão e 280 hectares estão “descansando” e cobertos com a braquiária para servir como palhada.

“A gente vai fazendo a manutenção da terra, porque a terra é um ser vivo. Se você simplesmente retira, chega uma hora que ela não vai te entregar mais nada. Então você tem que fazer alguma coisa para restaurar um pouco da vida, matéria orgânica, a rotação de nutrientes, a reciclagem de nutrientes que essas culturas trazem, isso daí você vai trazendo de volta a vida da terra”, explica Nathan. 

Foto: Leandro Balbino/ Canal Rural MT

Segundo o diretor executivo da Fundação Rio Verde, Rodrigo Pasquali, o princípio da rotação de culturas é considerado o mais complicado de ser adotado no Brasil.

“Nós temos um clima aqui em Mato Grosso que tem condições de fazer duas safras, então o produtor fala assim: por que vou deixar de faturar… E acaba que o produtor vai fazer a tal da sucessão, não é uma rotação, mas sim suceder culturas. Nós temos desenvolvido alguns trabalhos em relação ao consórcio de culturas”, diz.

O plantio direto no Brasil teve seu marco inicial em 1972, quando o agricultor Herbert Bartz o implementou em Rolândia, no Paraná. Desde então, esse sistema tornou viável a agricultura em larga escala por ser sustentável, de baixa emissão de carbono e por promover ao solo qualidade.

*Texto editado por Ana Moura.

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