EM REUNIÃO

Preocupações em torno da quebra de safra da soja em MT são apresentadas ao Mapa

Secretário de Política Agrícola, Neri Geller, destacou em reunião que o Ministério avalia uma linha de crédito para renegociar custeios em dólar

Neri Geller reunião Famato
Foto: Luiz Patroni/Canal Rural Mato Grosso

Preços em baixa, quebra de safra da soja e dificuldades de acesso ao crédito. Essas foram algumas das demandas apresentadas pelo setor produtivo de Mato Grosso ao secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Neri Geller, nesta segunda-feira (15) durante reunião em Cuiabá.

O encontro, realizado na sede do Sistema Famato, reuniu representantes das entidades que compõem o Fórum Agro.

De acordo com Neri Geller, diversas reuniões deverão ser realizadas nos próximos dias em todos os estados produtivos. Ele pontua que o intuito é “começarmos a pré-estabelecer diálogos e demandas do setor”.

Neri Geller destacou que o Mapa tem conhecimento da situação vivida por Mato Grosso e demais estados do Centro-Oeste, que sofrem com adversidades climáticas provocadas pelo efeito do El Niño, com seca severa e falta de chuvas.

“Nós sabemos do problema do aviltamento de preços. Mesmo com a queda da produção no Centro-Oeste, em função da seca, ainda vamos ter os estoques bastante elevados, porque a Argentina e o Rio Grande do Sul vão compensar”.

A situação dos preços e da seca, em Mato Grosso e algumas regiões do Centro-Oeste, foi classificada pelo secretário de Política Agrícola como “preocupante”.

“Vamos estar atentos, vamos ajudar o setor. Mas, vamos esperar que as demandas venham, que as propostas venham para que possamos consolidar isso internamente com o governo”.

Linha de crédito para custeio

Ainda conforme Neri Geller, algumas medidas já estão sendo estudadas dentro do Mapa, como é o caso da possibilidade de uma linha de crédito voltada para a renegociação do custeio em dólar.

Sobre a demanda apresentada quanto ao acesso ao crédito, Neri Geller salientou que “é compreensível, porque as taxas de juros são exageradas”.

“O nosso produtor sabe do que estou falando. Taxas de juros de 14%, 15%, 17%, com preço lá em baixo [da saca], dificultando muito o acesso ao crédito. Recebemos, também, demanda quanto a garantia de preço mínimo em alguns casos, fortalecer mais o seguro rural”.

Durante a reunião, foi pontuado pelo secretário de Política Agrícola que a principal pauta que está hoje no radar do governo federal é o próximo Plano Safra, que inclui melhorias na questão do crédito, redução de taxas de juros.

Na avaliação do presidente do Sistema Famato, Vilmondes Tomain, o diálogo realizado com o Mapa nesta segunda-feira é de fundamental importância para o setor produtivo mato-grossense.

“Estamos confiantes de que, ao consolidarmos esse diálogo, conseguiremos avançar na busca por soluções que beneficiem não apenas os agricultores e pecuaristas, mas toda a cadeia produtiva do nosso estado”, pontuou Vilmondes Tomain.


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