A exemplo da safra de soja que acabou frustrando as expectativas dos agricultores de Mato Grosso do Sul – quebra de até 40% da produção esperada, o milho segunda safra também sente os impactos da adversidade climática. O cenário causa apreensão visto que as perdas de produtividade do cereal podem chegar a 50% na média final da safra.
O resultado é um cenário de incertezas quanto ao desempenho das lavouras e a rentabilidade no campo que causa apreensão sobre as dívidas da safra, principalmente para quem tem que pagar arrendamento.
Em Dourados, o agricultor Issao Iguma Filho, em entrevista ao Patrulheiro Agro desta semana, comenta que as últimas plantas no milho vão prejudicar bem a safra.
“Nós ficamos cerca de 45 dias sem chuvas, além da falta de chuva, umidade o calor muito grande, então esse calor atrapalha muito a polinização e isso dá essa quebra de safra. A estimativa é uma quebra de 30%”, afirma.
De acordo com o Sindicato Rural de Dourados, as perdas de produtividade na média final da safra de milho podem chegar a 50%, nesta temporada. O presidente da entidade, José Ferreira, pontua que tanto os fornecedores quanto as cooperativas terão que renegociar as dívidas com o produtor.
Regiões não conseguem honrar compromissos
Em São Gabriel do Oeste, região norte do estado, muitos estão devolvendo áreas contratadas por falta de condições de honrar os compromissos. Muito disso pelas adversidades climáticas.
O vice-presidente do Sindicato Rural de São Gabriel do Oeste, Júlio Bortolini, explica que o produtor não tem estrutura de capital e que, atualmente, existe muita dificuldade de ter crédito para pensar na safra 2024/25.
“O banco exige garantia real e o arrendatário não tem essa disponibilidade e hoje mais da metade de São Gabriel e região aqui, envolvendo Camapuã, Bandeirantes, Rio Verde é arrendatário”, frisa.
Nesta safra foram cultivados aproximadamente 55 mil hectares de milho no município com estimativa de perdas entre 30% e 40% da área.
“Calculamos que 720 mil hectares já foram impactados pela estiagem nesta safra, somado a esse fator a gente teve um declínio em relação a área plantada esse ano em relação ao ano anterior. Então, a gente tem uma produtividade menor, com uma área menor. Por enquanto, a nossa estimativa é que em relação à safra passada tenhamos uma queda de 20% na produção”, finaliza Tamiris Azoia, consultora técnica da Famasul.
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