A cigarrinha do milho está sendo vista como “a nova mosca-branca” das lavouras mato-grossense e demais estados brasileiros. Isso, segundo especialistas, em decorrência sua a mobilidade.
Estudos recentes em propriedades de Mato Grosso mostraram que a dimensão da situação é ainda mais preocupante do que se imaginava. De acordo com a pesquisadora entomologista da Fundação MT, Lucia Vivan, em uma única armadilha chegou-se a capturar mais de 400 cigarrinhas do milho.
“Eu associo muito ela à mosca branca pela mobilidade que ela tem, pelo deslocamento entre as áreas. Tem que ser um controle coletivo. Todos os produtores tem que fazer esse manejo das plantas tigueras de milho“, diz a pesquisadora.
Monitoramento da cigarrinha do milho é constante
Assim que o plantio de milho se inicia, pontua Lucia Vivan, o monitoramento deve ser constante, independente se primeira, segunda ou até terceira safra (utilizada para produção de sementes).
As aplicações, salienta a especialista, devem ser realizadas por longo período. “Geralmente se faz pouca aplicação para percevejos barriga verde, por exemplo. Ficam umas três aplicações e se consegue proteger a planta. Mas, para a cigarrinha, as aplicações vão até o estádio V8, com aplicações a cada sete dias”.
Segundo Lucia Vivan, em algumas situações as aplicações contra a cigarrinha do milho são recomendadas até o estádio VT, que é o início do estádio reprodutivo.
Prejuízos podem chegar à perda total
A preocupação com a cigarrinha do milho vem crescendo há cerca de duas safras. Contudo, o problema aumentou, em especial no estado de Mato Grosso, após verdadeiras lavouras de milho tiguera brotarem após as chuvas atípicas no mês de agosto, em especial nos municípios de Campo Verde e Primavera do Leste e região.
“Se a gente tratar como praga, não é um inseto que até então era um problema tão sério. Mas hoje, pelo nível de população que tem, observa-se que há uma pressão alta de cigarrinha e vemos uma ocorrência grande de fumagina nas folhas. Assim, como na mosca branca”, salienta a pesquisadora da Fundação MT.
A especialista destaca que, além da fumagina, há o fator da cigarrinha como vetor dos molicutes.
“Aí ela vai causar o enfezamento. E, dependendo da quantidade de população infectada que nós temos no ambiente, nós podemos ter 10% de perda, 20%, 50%. Podemos perder uma área toda com zero de produtividade, porque não vai ter formação da espiga. É uma planta que não vai se desenvolver bem. É uma planta que vai entrar em fase de seca precocemente, porque os molicutes acabam sugando. Não tem nutrientes disponíveis para essa planta”, afirma.
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