Produtores de milho em Mato Grosso afirmam estar otimistas com a segunda safra, mesmo com as chuvas retardando o ciclo da soja e podendo deixar a janela de semeadura do cereal mais estreita. A previsão no estado é plantar 7,4 milhões de hectares na temporada 2022/23, aumento de 3,7% ante a safra passada.
A expetativa para a segunda safra de milho 2022/23, conforme o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), é que sejam colhidas 46,4 milhões de toneladas de cereal no estado.
Em Sorriso (distante 397 quilômetros de Cuiabá), município que mais cultiva milho, já há plantadeiras despejando as sementes no solo.
Presidente do Sindicato Rural de Sorriso, Sadi Beledelli, comenta que no município o milho é plantado no mesmo dia em que a soja é colhida ou no dia seguinte.
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“Tem que ser, né. Para a gente aproveitar uma boa janela de plantio do milho. O milho é muito importante, porque desempenha toda uma cadeia. A produção de etanol, o DDG que vai para a produção de suínos aves, criação de gado, vai e transforma em proteína animal. Então, eu acho importante uma boa produção de milho e que possa levar ao consumidor um produto de boa qualidade no final”.
Produtores planejam aumentar área em 10%
No Distrito de Boa Esperança, em Sorriso, mesmo com as chuvas atrasando a colheita da soja e, consequentemente, o plantio de milho, há quem pretende aumentar a área destinada ao cereal. É o caso do agricultor Joelson Eugênio Zanatta, que deve ampliar em 10% da área ante a safra passada e cultivar 1,4 mil hectares de milho.
“Está chovendo bastante este ano. Está atrapalhando um pouco as aplicações e está atrasando em média uns três a quatro dias o ciclo da soja. Então, vai se plantar milho um pouquinho mais tarde esse ano. Mas, já era para ter começado plantar esse milho há uns três dias. Hoje, com essas fábricas de etanol acabou ficando bom o plantio de milho”, diz Zanatta.
Milho se torna grande aliado da renda do produtor
Ano a ano a cultura do milho em Mato Grosso vem ganhando espaço nas propriedades se tornando uma grande aliada na renda do agricultor. Segundo o setor produtivo, a tecnologia das cultivares tem sido fundamental na performance da produtividade, o que ajuda a garantir essa receita.
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“Antes a gente vendia milho a R$ 8, R$ 9. Hoje, a gente vende milho a outros patamares. A cultura do milho ela é tratada no negócio, a importância dela é igual a cultura da soja. A tecnologia que vem implantada dentro de um grão de milho hoje é de última geração. Evoluiu muito essa tecnologia, os híbridos. Antigamente o que a gente esperava de produção deles, era colher 100 sacas, 90 sacas por hectare”, comenta o técnico agrônomo e representante comercial Ederson Cleiton Peruzzolo.
Safra de investimento em alta tecnologia
De acordo com o agricultor Cleiton Pase, a safra 2022/23 deverá ser de investimento em cultivares de alta tecnologia. Ao menos em sua propriedade será a aposta.
“A gente já está com uma média de dez dias de atraso no ciclo por conta desse tempo nublado. A gente comprou os defensivos, porém deixamos para comprar as sementes agora em virtude de não ter noção qual o ciclo que vamos fazer esse milho. Não estamos aumentando tanto a área em virtude desse tempo não colaborar, mas o investimento em área plantada é muito maior do que nos anos passados”.
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