A tecnologia embarcada nas máquinas e a conectividade são grandes aliadas do campo. Entre os resultados, os ganhos em produtividade e sustentabilidade são os destaques.
Em Água Boa, região do Vale do Araguaia em Mato Grosso, a Agropecuária Jerusalém enquanto o plantio da nova safra não começa, os grãos colhidos no ciclo 2022/23 continuam em foco. No início da temporada 2023/24 eles ainda ocupam 40% da capacidade dos armazéns da propriedade.
Conforme o gerente de armazém, Maqsandro de Oliveira Freitas, no local constam 70 mil sacas de soja e 107 mil de milho. “Tem que esperar um preço bom para ser negociado”.
Nesta nova temporada a propriedade reservou 4.730 hectares para as lavouras de soja. O campo já está pronto, contudo, só vai receber as sementes quando o solo estiver com a umidade necessária.
“A gente não pode sofrer por antecedência. Vamos primeiro fazer uma boa safra de soja e depois entender qual é a janela de safrinha para fazer o planejamento e realmente executar o que é ótimo, econômico e viável”, pontua o gerente técnico Felipe Zmijevski.
Tecnologia de ponta entre as estratégias
O investimento em tecnologia de ponta é uma das estratégias da fazenda na busca pelos melhores desempenhos. Nas últimas três safras as máquinas modernas ganharam uma forte aliada: a conexão 4G. Tal aliança transformou a Agropecuária Jerusalém na primeira propriedade totalmente conectada em Mato Grosso.
“Essa tecnologia agregada com a conectividade faz com que a pessoa se obrigue a melhorar para continuar no sistema produtivo, continuar crescendo e melhorando a produtividade”, salienta Felipe.
No projeto modelo, o conceito de agricultura digital é colocado 100% em prática. Conectividade, telemetria e inteligência artificial garantem a integração de máquinas e serviços, além do monitoramento remoto das operações. Os resultados comprovaram os benefícios da tecnologia.
“Na safra 2021/22 nós iniciamos com o monitoramento das máquinas durante a colheita, onde foi a nossa entrada aqui na fazenda. A partir daí a gente já acompanhou o plantio da safrinha, colheita da safrinha, o plantio da safra e a colheita da safra 2022/23”, explica o diretor de operações da Agricer, Efraim Albrecht Neto.
O diretor de marketing e comunicação da Case América Latina, Eduardo Penha, destaca que em termos de produtividade “comparada com a região de Água Boa, a fazenda conectada foi 7,4% mais produtiva. Comparado com a média de produtividade de Mato Grosso ela foi 7,6% mais produtiva, e com todas as fazendas do Brasil a média deu 13% a mais de produtividade”.
Outro pilar de eficiência agrícola avaliada, conforme Eduardo Penha, foi a redução do tempo de motor ocioso. “Foi uma redução de 4,7%”.
Mais sustentável e com redução na emissão de CO2
O casamento entre a tecnologia e a conectividade também ajudou a Agropecuária Jerusalém a se tornar uma fazenda ainda mais sustentável com a redução na emissão de CO2.
“A metodologia utilizada ainda está subestimada. É uma quantidade baixa para o que é possível de se poupar de carbono com a troca de máquinas, troca de materiais, utilização de outros fertilizantes, produtos mais concentrados, pensando em mitigar riscos naturalmente. A conectividade acredito que ajuda, porque você consegue mensurar realmente isso aí e você começa a entender onde estão os seus gargalos e começa a tentar atingir isso no ‘focal point’“, diz o gerente técnico Felipe Zmijevski.
A instalação e manutenção da antena, além do kit de telemetria e a consultoria anual custaram R$ 1,4 milhão. Além das transformações na fazenda, o investimento também beneficiou quem está fora dela.
“Dentro da fazenda conectada o conectada o payback foi de um ano e meio. Então é super rápido o retorno. Toda a região da fazenda e toda a cidade de Água Boa agora tem acesso a conectividade 4G de 700 MGHTZ”, comenta o diretor de marketing e comunicação da Case América Latina, Eduardo Penha.
Alexandre Dal Forno, diretor de desenvolvimento de mercado da TIM, ressalta que “essa simplicidade traz uma coisa para o produtor rural que ele não precisa investir em T.I (em tecnologia de formação). Essa rede dedicada é uma rede onde eu faço a manutenção e operação de uma forma diferenciada para esse produtor rural garantindo o SNA que ele precisa para a produção. E isso realmente faz uma região mudar”.
O diretor de tecnologias industriais da Case, Gregory Riordan, completa que “Através das nossas parcerias para conectar o agro, nós já chegamos a quase 14 milhões de hectares conectados no Brasil, o que já é um belo salto de conectividade. Tem ainda muito a fazer… Mas, eu acho que a gente tem que sonhar com um Brasil totalmente conectado em uns quatro ou cinco anos, essa tem que ser se não a meta, o sonho”.
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