Mato Grosso é responsável por 70% do algodão brasileiro e tem se destacado não só pela qualidade da pluma, mas também pela sustentabilidade da produção que é referência internacional.
A produção algodoeira mato-grossense foi um dos destaques durante a posse da nova diretoria da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), na noite de quarta-feira (28).
O novo presidente da Ampa para o biênio 2025/26, Orcival Guimarães, destacou que o trabalho feito nas diretorias anteriores, vai continuar na atual.
“As demandas mudam por causa de uma evolução natural, mas o objetivo principal é manter a classe unida. Hoje nós vivemos um período de incertezas com o preço variando e o dólar subindo, mas acredito que isso logo se estabilize. Temos que manter os preços para que o mercado continue comprando de nós, é um desafio grande”, pontuou.
Ele salientou ainda que o estado tem uma responsabilidade muito grande por ser um grande exportador e o que preocupa é o consumo de fibra, que não tem aumentado ao mesmo tempo que a produção.
“A cotonicultura sustentável é o motor econômico e social de Mato Grosso e do Brasil. Nossa produção atende critérios rigorosos, cumpridos não somente pelas exigências do mercado, mas por ser um reflexo dos nossos valores”, afirmou Orcival.
Ao conceder posse à nova diretoria, o atual presidente da Ampa, Eraí Maggi Scheffer, celebrou as conquistas dos produtores mato-grossenses através do trabalho da associação, que investiu em tecnologia e pesquisa para aumentar a produtividade e garantir a produção limpa e sustentável.
“Trabalhamos com muita tecnologia, investimos em uma fábrica de biológicos, além de buscarmos ampliar os mercados para os quais fornecemos algodão, como a Europa e a Ásia. Isso só foi possível graças à qualidade do produto e às rigorosas certificações seguidas pelos produtores mato-grossenses”, avaliou Eraí.
Quem também elogiou a qualidade e as certificações do algodão de Mato Grosso foi o governador Mauro Mendes, que enfatizou a boa imagem do setor perante o mercado internacional.
“Nós somos grandes, não só pelo tamanho da nossa produção, que este ano deve bater um novo recorde, mas porque tudo foi construído dentro do rigor de práticas sustentáveis”.
O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Alexandre Schenkel, também esteve presente na posse da nova diretoria e afirmou que haverá uma demanda ainda maior por algodão.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, falou sobre a reputação dos produtos brasileiros no exterior.
“A Ampa e o algodão brasileiro são um grande exemplo de como se conquistar o mercado mundial. Nos tornamos o maior exportador de algodão em 2024, tendo mais de 200 certificações. Ninguém no mundo tem essa qualidade”.
Reciprocidade Ambiental
Fávaro também comentou sobre o projeto de lei da “Reciprocidade Ambiental”, que tramita na Câmara dos Deputados e propõe que o Brasil não aceite acordos internacionais em que sejam cobradas do país regras ambientais que os países importadores não seguem.
O projeto ganhou força após a polêmica envolvendo o Carrefour, quando o CEO da empresa, Alexandre Bompard, anunciou que a rede não iria mais comercializar carnes do Mercosul por causa do não atendimento às exigências da França.
“Temos que votar a lei da reciprocidade. Desafio qualquer país que tenha melhores práticas que o Brasil na agricultura. O nosso país tem rígidas regras sanitárias que garantem produtos com qualidade e de forma sustentável”, enfatizou Fávaro.
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