O plantio da soja em Mato Grosso entrou na reta final. Dos 12,2 milhões de hectares previstos para a temporada 2023/24, 98,39% já receberam as sementes. Apesar disso, as preocupações em torno do tempo seco continuam, uma vez que ameaça o desempenho das plantações e rentabilidade do campo.
A safra 2023/24 é considerada pelo setor produtivo a mais desafiadora dos últimos cinco anos em decorrência ao clima. Os efeitos do fenômeno El Niño sob Mato Grosso causaram lentidão no ritmo de semeadura.
Segundo levantamento do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a média histórica de área semeada é de 99,46% para este período. No ciclo passado 99,58% da área estava plantada no final de novembro.
Até o dia 24 de novembro, somente a região médio-norte do estado havia concluído o plantio da soja, enquanto a nordeste permanecia como a mais atrasada, com 95,91% da sua área com as sementes.
Conforme as estimativas do Imea, os trabalhos nas regiões norte (99,83%) e oeste (99,65%) devem ser encerrados nos próximos dias.
As regiões noroeste, sudeste e centro-sul já concluíram o plantio em 98,81%, 97,57% e 97,39% de suas respectivas áreas.
Preocupações e perda de rentabilidade na soja
De acordo com o vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Lucas Costa Beber, as preocupações em torno do clima nesta safra são grandes, pois é “um ano atípico” e que “pegou todos nós de uma forma desprevenida”.
“Uma das piores secas que o estado tem enfrentado desde quando começou a produção de soja aqui dentro”, comenta.
O vice-presidente da Aprosoja-MT pontua ainda que a situação climática agrava ainda mais a questão da rentabilidade, uma vez que os preços das commodities seguem abaixo do necessário para cobrir o custo de produção.
“Isso afeta não só o produtor, como toda a sociedade. Tanto a sociedade quanto o produtor vão perdendo o poder de investimento e alguns produtores que já vinham com problemas de outros anos podem começar a ter um aumento de endividamento”.
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