ACORDO PRIVADO

Bancada federal de MT afirma que moratória da soja é "matar o cidadão"

Criada em 2006, a moratória proíbe a compra de soja produzida em áreas do bioma da Amazônia que tenham sido desmatadas após julho de 2008

plantio soja patrulheiro
Foto: Pedro Silvestre/ Canal Rural MT

A bancada federal de Mato Grosso classificou a moratória da soja e da carne como um “boicote” contra os produtores, bem como afirmam que o acordo privado “é um crime lesa-pátria” e que “isso é matar o cidadão”.

A moratória da soja foi criada em 2006 pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec). O acordo privado proíbe a compra de soja produzida em áreas do bioma da Amazônia que tenham sido desmatadas após julho de 2008.

Na última terça-feira (21) o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, se reuniu com prefeitos, parlamentares e entidades ligadas ao setor produtivo do estado para debater ações que reverter a situação. Durante a reunião, o governador afirmou que a moratória desrespeita o Código Florestal Brasileiro. Ele prometeu ainda medidas duras contra as empresas que adotam o acordo privado dentro do estado.

Além das discussões em Mato Grosso, a moratória deverá ser debatida também no Senado em uma audiência pública a ser realizada na Comissão de Meio Ambiente ou na de Agricultura e Reforma Agrária. O debate foi um pedido do senador Jayme Campos e, segundo ele, é necessária a urgência em “dar uma solução para a restrição, porque confronta o Código Florestal Brasileiro e está prejudicando o produtor local”.

“É um crime lesa-pátria. Isso é matar o cidadão que abriu na sua pequena propriedade, mais de 200 hectares, agora não tem o comprador, não tem a quem vender”, disse o senador durante reunião da Comissão de Meio Ambiente.

“Boicote” contra os produtores

A moratória da soja, destacam as autoridades e lideranças políticas e do setor produtivo de Mato Grosso, conflita com o Código Florestal que autoriza o desmatamento legal de 60% da área no Cerrado e 20% na Amazônia, ambos biomas presentes no estado.

“As empresas estão boicotando os produtores que estão cumprindo à risca o Código Florestal. Isso é um tapa na cara do Congresso Nacional. É inadmissível pensar que as empresas se recusem a comprar a produção em áreas legais”, declarou o deputado federal de Mato Grosso, Coronel Assis, em discurso na Câmara Federal na quarta-feira (22).


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