EXCESSO DE CHUVAS

Municípios decretam emergência e atraso no plantio do algodão preocupa, diz AMPA

Segundo a entidade, o ciclo do algodão é sensível a fatores climáticos e qualquer mudança no cronograma do plantio impacta na colheita

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Foto: Israel Baumann/Canal Rural Mato Grosso

O atraso no plantio do algodão está preocupando os cotonicultores de Mato Grosso. A informação é da Associação Mato-grossense do Produtores de Algodão (Ampa), visto as fortes chuvas que atingiram o estado nas últimas semanas, levando, inclusive, 30 municípios a decretarem situação de emergência.

Como já destacado pelo Canal Rural Mato Grosso, a semeadura do algodão chegou a 28,57% da área prevista no último dia 24 de janeiro, como aponta relatório do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). O avanço de 9,23 pontos percentuais na variação semanal não foi o suficiente para alcançar os 77,05% de algodão plantados no ano passado no mesmo período. E, nem mesmo dos 52,94% da média histórica dos últimos cinco anos.

A situação em torno do excesso de chuvas, de acordo com o presidente da Ampa, Orcival Guimarães, aumenta os desafios da cotonicultura para cumprir os prazos da semeadura da temporada 2024/25, principalmente pelo fato de Mato Grosso ser o maior produtor de algodão do país.

“Esse atraso preocupa, pois o ciclo do algodão é sensível a fatores climáticos, e qualquer alteração no cronograma de plantio pode afetar a produtividade da colheita”, diz Orcival.

Incertezas na produção 2024/25

Na safra 2023/24, Mato Grosso se consolidou como o maior produtor de algodão do Brasil. O estado semeou 1,4 milhão de hectares no ciclo passado, o que representa 72% da produção brasileira.

Boa parte da fibra é plantada em cima da área de soja, principalmente o algodão segunda safra. Conforme o Imea, até sexta-feira (24), o estado havia colhido apenas 4,38% dos 12,6 milhões de hectares destinados à oleaginosa. O excesso de chuvas é o principal motivo apontado pelos produtores para o atraso de 17,13 pontos percentuais em comparação ao ciclo passado.

“Atualmente, os produtores vivem a incerteza sobre o total da área de algodão que será plantada, já que a semeadura não será realizada dentro da janela ideal por causa da chuva. O aumento de tempo para a colheita da soja já representa um impacto imenso, não só para o algodão, como também para o milho”, avalia o presidente da Ampa.

Orcival enfatiza ainda que o atraso no plantio do algodão pode afetar tanto a rentabilidade do cotonicultor mato-grossense quanto a oferta da fibra para a indústria têxtil.

“A expectativa agora é que as condições climáticas melhorem e que os produtores consigam recuperar o tempo perdido”.


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