A produção e a sustentabilidade da matéria-prima mais utilizada pela indústria têxtil pode ser conhecida de perto por especialistas ligados à moda nacional e internacional, arte, comunicação e influência digital em Mato Grosso. O estado é responsável por 70,9% da produção de algodão em pluma do país, segundo dados da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab).
Mais de 50 especialistas participaram do Turismo Rural do Algodão, promovido pelo movimento Agroligadas, na fazenda Nossa Senhora Aparecida, em Campo Verde. O evento foi realizado no dia 24 de agosto. Os convidados puderam conferir de perto o dia a dia da produção do algodão, com passagem entre a colheita e beneficiamento, até a transformação da fibra em fio.
O Brasil deverá colher na safra 201/22 cerca de 2,736 milhões de toneladas de algodão em pluma, dos quais em torno de 1,940 milhão de toneladas devem sair das lavouras mato-grossenses pelas projeções da Conab.
“Estamos levando o agronegócio para muito longe. Passamos informações sobre a produção do algodão para convidados que não têm contato direto com esse meio e foi visível a surpresa e satisfação que eles tiveram”, diz a presidente da Agroligadas, Geni Schenkel.
Algodão é carinho
Renomada estilista internacional, Martha Medeiros estava entre os participantes do Turismo Rural do Algodão em Campo Verde. Ela revela ter se encantado ainda mais pelo produto. A estilista frisa que conhecer de perto a cadeia produtiva foi muito especial, pois é uma apaixonada pela renda e o tecido de algodão.
“Eu só consigo trabalhar com algodão. É o ar que eu respiro, porque algodão para mim é carinho. Uma roupa de algodão é uma roupa que faz carinho em você”, pontua Martha Medeiros.
Quem marcou presença também foi a influencer digital de moda Mariah Bernardes Maia. “Conhecer a plantação do algodão, matéria-prima tão útil para o segmento da moda no Brasil e no mundo. Uma experiência incrível para mim. Foi um prazer mostrar para meus seguidores como o agro está relacionado às cidades e à moda”.
Da lavoura às passarelas
A estilista Maria Fernanda Meirelles trabalha com moda sustentável. Conforme ela, a experiência de vivenciar na prática os trabalhos com o algodão antes dele virar o tecido que utiliza foi positiva.
“O que mais me surpreendeu foi a forma como os produtores sabem lidar no campo com a matéria prima e principalmente com todo o aproveitamento, desde o campo, até o beneficiamento e a fiação”, afirma Maria Fernanda Meirelles.
Theo Alexandre, designer da marca Thear, cria suas peças a partir de fibras naturais com o foco no algodão. O estilista goiano era um dos integrantes do Turismo Rural do Algodão. Ele exibiu sua nova coleção que foi apresentada através de um filme no São Paulo Fashion Week. “Minha moda é sobre pessoas e ver de perto os responsáveis por todo esse processo fez toda a diferença”.
Turismo Rural
O evento foi organizado pelas Agroligadas e contou com o apoio da Associação Mato-grossense de Produtores de Algodão (Ampa) e parcerias do Movimento Sou de Algodão e Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa).
A ação faz parte das atividades realizadas pelo movimento que visa reforçar a imagem positiva do agro, espalhar e dar ainda mais visibilidade ao setor entre os grupos que estão fora da porteira.
Os participantes também puderam apreciar a exposição de artes feitas de algodão do Ateliê Casa Comigo da artesã Marli e da redeira Judith, da Associação de Redeira de Limpo Grande.