Agricultura

Arrendamento: custo dispara em MT e pode tirar produtores da atividade

No município de Diamantino, a valorização da terra nos últimos cinco anos elevou em até 50% o custo dos arrendamentos

A alta dos preços das commodities e produtividades em algumas regiões estão impactando o custo do arrendamento de terras em Mato Grosso. Em Diamantino, a valorização da terra nos últimos cinco anos elevou em até 50% o custo dos contratos no município e pode tirar da atividade pequenos e médios agricultores da região .

Segundo produtores, o valor cobrado hoje em contratos varia de 13 a 18 sacas de soja por hectare. “Não é só plantar. Tem que corrigir o solo. O calcário ano passado paguei R$ 55 a tonelada e este ano está mais de R$ 100”, pontua o produtor Renato Cazeta.

Custo do arrendamento

Além de plantar em área própria, o produtor Fabrício Conci, arrenda com a família 600 hectares para o cultivo de soja e milho em Diamantino. Ele revela que 2025 é o último ano de contrato de arrendamento da área.

“Não estamos criando muitas expectativas, justamente por causa da região. Não sei até que ponto vai compensar você entrar em uma área cara. É mais custo para preparar o solo, para plantar, colher e no final tem que correr tudo bem para fechar as contas”, conta.

Produtores chegam a sair da atividade

Hoje, Diamantino conta com mais de 45% da sua área agricultável arrendada. Nos últimos cinco anos, de acordo com o presidente do Sindicato Rural do município, Altemar Kroling, os contratos sofreram ajustes que chegam a 50%.

O dirigente comenta que a situação tem levado produtores com 20, 30 anos consolidados a sair da atividade.

“As altas das commodities acabam fomentando para isso, produtividades em certos municípios que chegam a 70, 80 sacas de soja por hectare. E isso acaba puxando nos arrendamentos no estado inteiro. Uma falsa ilusão, porque se você pegar a média produtividade de Mato Grosso nos últimos anos verá que ela tem variado pouco”, diz Kroling.

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