Tercílio Strapasson nasceu em Colorado, no Rio Grande do Sul, em 1934. Hoje, com 90 anos, planta 1,3 mil hectares de soja e milho no município de Vera, região norte de Mato Grosso.
Pai de cinco filhos, avô de 13 netos e bisavô de 14, a história de Tercílio Strapasson faz parte do segundo episódio da série “Agricultores do Brasil”, do Canal Rural, em homenagem ao Dia do Agricultor, comemorado no dia 28 de julho.
“Eu sou de 1934. Quando era guri novo não existia dinheiro, não tinha nada. Criado na maior miséria, no meio do mato. Não existia agricultura lá. A gente plantava alguma coisa para comer. Não tinha comprador. Não existia fábrica, não existia máquina. [Era] boi de arado, inchada”, diz Tercílio.
Com 90 anos e ainda ativo, Tercílio pontua ser “um dos velhos atualizados que acompanhou a evolução do tempo. Eu fui um lutador. O meu orgulho é poder ter ajudado os filhos”.
Valcir Strapasson, um dos cinco filhos de Tercílio, conta que começou na atividade agrícola aos 16 anos com o pai em 1972.
“E aí não quis estudar, porque a minha paixão era ajudar o meu pai. Tocar um tratorzinho que ele tinha acabado de comprar. A minha paixão era a terra”.
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Conforme Valcir, a família resolveu pegar as malas e se mudar para Mato Grosso entre 2009 e 2010. Quando chegaram não havia nada. Dormiam em um barraco feito por eles mesmo, pois não tinham dinheiro para pagar por um pedreiro.
“Resistimos porque somos um povo meio durão na queda. Se não, nós não íamos sobreviver ao baque. É até gostoso enfrentar uma batalha meio dolorosa, porque a vitória é sempre maior”.
Valcir conta ainda ao Canal Rural que “é um orgulho ter o pai vivo ainda, com ideias boas. Ele ainda dá força para nós hoje. Vendo o negócio encaminhado e ter o apoio do pai não é para qualquer um”.
Questionado se faria tudo de novo, Valcir afirma que passaria “tudo de novo pelo mesmo caminho”. Conforme ele, “eu nasci com essa paixão. Quando eu era criança a minha paixão era um dia poder ter um pedacinho de terra para trabalhar e criar minha família. E, hoje consegui colocar na cabeça deles, dos filhos e netos, que o melhor lugar do mundo para se viver é aqui na propriedade e produzindo alimentos para o mundo”.
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