SEGURANÇA SANITÁRIA

Acrismat debate efeitos da peste suína africana no mercado brasileiro

Casos registrados na Espanha levantam alerta sanitário e podem abrir espaço ao Brasil em novos mercados compradores

A confirmação de casos de peste suína africana (PSA) na Espanha foi um dos temas do 2º Seminário da Suinocultura de Mato Grosso, realizado pela Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat). De acordo com o presidente da entidade, Frederico Tannure Filho, o mercado espanhol é de grande relevância na produção mundial de suínos, o que acende um alerta para o risco de disseminação da doença em outros países.

No evento, Tannure lembrou que um avanço da PSA poderia ter impactos diretos no mercado brasileiro. “Isso nos preocupa porque da mesma maneira que lá a peste suína africana vai afetar o mercado aqui, se isso acontecer também acabaria afetando”.

Riscos e oportunidades no mercado internacional

As consequências já começaram a aparecer. Japão e México suspenderam todas as importações de produtos suínos da Espanha, segundo o Ministério de Agricultura, Pesca e Alimentação daquele país. A China, por sua vez, bloqueou apenas as compras da província de Barcelona.

Diante do cenário, Tannure avaliou que o Brasil pode ganhar espaço. “O Brasil nesse momento ele pode se beneficiar de novos mercados compradores. Ou seja, com esse aparecimento da peste suína lá, alguns mercados vão deixar de comprar sua carne suína lá por algum temor, algum motivo técnico. E o Brasil pode então se tornar a bola da vez aí para esse mercado que acaba saindo lá da Espanha”.

Suinocultura, suíno, controle
Foto: Embrapa Suínos e Aves

Biosseguridade reforçada nas granjas

O avanço da PSA, no entanto, exige atenção redobrada no campo. Para Charli Ludtke, diretora técnica da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), o risco de contaminação inclui a circulação internacional de proteínas e carcaças de animais. Ela reforçou que os cuidados precisam ser ainda maiores no Brasil.

“E nós brasileiros, mais ainda, temos que redobrar todos os procedimentos de biosseguridade das granjas. O que nos resguarda fortemente é intensificarmos os procedimentos de biosseguridade. Os cercamentos das granjas, ter as barreiras físicas, os cuidados em relação a pessoas que chegam à granja, visita, procurar fechar toda essa parte de visitação, porque é sempre um risco. E principalmente, quem vai ao exterior que não traga produtos de origem animal na bagagem”.

Mato Grosso se destaca pelo menor custo de produção

Além dos debates sanitários, o seminário destacou o potencial de expansão da suinocultura em Mato Grosso. A facilidade logística na obtenção de insumos ajuda o estado a registrar o menor custo de produção do país — e do mundo.

Segundo Everton Krabbe, chefe-geral da Embrapa Suínos e Aves, os indicadores reforçam a competitividade da região. “É a suinocultura mais econômica do mundo, comparando com os outros países importantes produtores de carne suína. Então, hoje podemos dizer com fatos e dados que o menor custo de produção da carne suína do mundo é o custo de produção aqui do Centro-Oeste, especificamente nesse caso, nesse estudo do Mato Grosso”.


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