PATRULHEIRO AGRO

Chuvas atrasam colheita das primeiras áreas de soja prontas em MT 

Em Campos de Júlio e Sorriso, os agricultores estão realizando uma força-tarefa para retirar os grãos prontos das áreas irrigadas

O início do plantio de soja em Mato Grosso foi marcado pelas faltas de chuvas nas lavouras. Agora, a dificuldade enfrentada pelos produtores mato-grossenses é o excesso de chuvas, que dificulta a entrada das máquinas no campo para colher a oleaginosa. 

Em Campos de Júlio e Sorriso, os agricultores estão realizando uma força-tarefa para retirar os grãos prontos das áreas irrigadas. Eles temem que a alta umidade do solo prejudique, também, a colheita nas áreas de sequeiro. 

O gerente de produção do Grupo Bom Jesus, Joelso Francisco da Silva, conta ao Patrulheiro Agro desta semana que ficou surpreso com a quantidade de água nas lavouras. “Já temos mais de 700 hectares prontos para colher”.

Nesta safra, o Grupo cultivou 200 mil hectares de soja no estado e, somente em Campos de Júlio foram 4.226 hectares. 

“No início do plantio a chuva demorou pra vir e o plantio aconteceu mais tarde esse ano. Vamos ver como chega essa soja plantada no final de outubro, se vai se comportar bem”, afirma.

Gabriel Schoulten Parmeggiani é agricultor na região e dos 3,4 mil hectares cultivados nesta temporada, em sua propriedade, 800 estão prontos para colher. 

“Tem bastante área pronto para colher e as máquinas não estão tendo o rendimento que a gente esperava então, é preocupante a chuva. Têm que fazer uma força-tarefa, juntar todo mundo até tem vizinhos que a gente troca serviços porque nós não podemos deixar perder no campo. Precisa colher porque os custos estão bem elevados e os preços da soja em si não estão tão atrativos”, diz. 

De acordo com o presidente do Sindicato Rural de Campos de Júlio, Rodrigo Cassol, o tempo fechado dura mais de 15 dias impedindo a retirada de sacos de soja nesse período. “O medo que a gente tem aqui hoje é de dar uma invernada”.

Este ano, o município cultivou, aproximadamente, 218 mil hectares de soja. Segundo o Sindicato Rural, 90% da colheita na lavoura, vai ficar para fevereiro. 

“Até o Vale do Guaporé que é vizinho nosso, que sempre colhe depois vai estar colhendo em fevereiro também. Vai aglomerar muito a colheita e a parte de armazenagem vai ficar bem sufocada pelo que a gente está analisando”, explica. 

Foto: Pedro Silvestre/ Canal Rural Mato Grosso

No médio-norte do estado já tem colheitadeiras em campo. Só que, por enquanto, apenas embaixo dos pivôs. 

Em Sorriso, município que mais produz soja no Brasil, a colheita nas áreas irrigadas deu uma acelerada no início, mas agora seguem em ritmo mais lento por causa das chuvas. 

O cenário causa apreensão para quem tem soja pronta para ser retirada. 

“Colhi bem uma semana e agora está nessa situação. Nem as máquinas funcionam mais, tudo parado… A chuva não está dando trégua e já deve ter passado de mil milímetros nesta safra. A preocupação vem por causa dos compromissos que a gente já tem dessa safra”, conta Pablo Felippeto, agricultor da região.  

Na propriedade dele foram cultivados este ano 2.150 mil hectares de soja, dos quais 350 hectares são áreas irrigadas.

Diogo Damiani, presidente do Sindicato Rural de Sorriso, pontua que “estão praticamente invernados”. As chuvas duram o dia todo e nas áreas de pivôs prontas, os volumes de água aumentam devido a quantidade diária de temporais.

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