Apesar dos números apontarem para um “sinal verde”, o pecuarista mato-grossense ainda deve ter cautela, segundo especialistas, uma vez que os preços ainda estão aquém do necessário e, principalmente, neste momento onde várias áreas de pastagens foram atingidas por incêndios devido à seca.
Dinâmicas do mercado pecuário e recuperação de pastagens foram alguns dos temas abordados durante o III Encontro Técnico da Pecuária, realizado em Rondonópolis (MT), nesta quinta-feira (19).
O Encontro foi promovido pela Fundação MT. Conforme o head de Pesquisas e Operações da instituição, Bruno de Conti, o intuito era “levar informações que pudessem ser aplicadas amanhã pelos pecuaristas”, mesmo em momentos diferentes do ciclo da atividade e de clima adverso.
Mato Grosso é detentor do maior rebanho bovino do país. Segundo o último levantamento de atualização de rebanho do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea), hoje são cerca de 31,5 milhões de cabeças de bovinos. Até agosto o estado havia enviado para o abate 4,97 milhões de cabeças, com uma expectativa de se aproximar ou superar até o final do ano as 6,16 milhões de cabeças abatidas em 2023.
Conforme o superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Cleiton Gauer, as exportações seguem dando sustentação para a comercialização da proteína animal, mesmo a China, principal cliente, ter apresentado recuo na demanda.
O médico veterinário, especialista em gestão financeira, Hylberville Neto, reforçou a necessidade de se observar o mercado. Ele frisou que em momentos de baixa, além da arroba “barata”, “é a hora de trazer dinheiro para a pecuária e de fazer estoque de arrobas”, por exemplo.
“Na alta a arroba vira dinheiro. Na baixa, o dinheiro virá à arroba”, disse.
Pastagens degradadas e afetadas por incêndios
Além da rentabilidade, a pecuária mato-grossense vive mais um momento delicado: os incêndios que atingiram as pastagens.
Em entrevista ao Canal Rural Mato Grosso, o zootecnista e pesquisador de Pecuária de Corte da Fundação MT, Thiago Trento, pontuou que a real situação das pastagens atingidas se saberá a partir do momento em que chover.
“Agora tem que aguardar o período das chuvas, esperar elas começarem para vermos e avaliarmos se esse capim terá capacidade de rebrotar. Caso não venha o rebrote, caso o fogo tenha sido intenso e queimado as reservas das plantas, por exemplo, a raiz, o produtor terá que fazer uma nova formação, que são as práticas de formação de pastagem nova como sementes com cobertura, semente incorporada e gradagem às vezes”.
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