MAIS MILHO

Principal região produtora de milho nos Estados Unidos registra presença inédita de cigarrinha do milho

Em Oklahoma e Missouri a presença da cigarrinha contaminada nos milharais aumenta a apreensão do setor produtivo diante da falta de conhecimento

A principal região produtora de milho dos Estados Unidos registrou a presença inédita de cigarrinha do milho nas lavouras. A quantidade de insetos tem causado enfezamentos na plantação, preocupando pesquisadores e agricultores da região. 

Apesar da infestação da cigarrinha, as lavouras estão com espigas bem formadas e alimentam as expectativas de um desempenho promissor. Esse é o cenário no meio-oeste norte-americano após um bom regime de chuvas nesta safra. 

Conforme explica o agrônomo Cesar Augusto Guareschi, ao Mais Milho do Canal Rural Mato Grosso, as chuvas foram regulares e conseguiram destinar a quantidade necessária à cultura do milho para uma produtividade satisfatória.

A presença de pragas, como o percevejo, a lagarta helicoverpa zea e a diabrótica (larva que se alimenta da raiz do milho), preocupa os produtores. No entanto, a cigarrinha tem sido o motivo de maior atenção nesta temporada.

“Parte do Texas, da Califórnia e algumas regiões da Flórida e até mesmo no sul dos Estados Unidos, já tem relatos e problemas em anos anteriores”, afirma o professor entomologista da Universidade do Missouri, Ivair Valmorbida. 

Em Oklahoma e Missouri a presença da cigarrinha contaminada nos milharais é novidade. Isso aumenta a apreensão do setor produtivo diante da falta de conhecimento com relação ao comportamento do inseto e aos danos causados na produtividade final da safra.

Ivair pontua que os norte-americanos estão tentando entender esse “novo cenário” e que não sabem de onde vieram os insetos. Uma hipótese, segundo ele, é que elas podem ter sido trazidas por tempestades oriundas da região sul do país.

“Foi o primeiro ano que a gente encontrou ela e com os mesmos sintomas que acontecem no Brasil. A gente conseguiu identificar ela morfologicamente, confirmou a espécie usando as técnica moleculares e a gente também avaliou a presença dos molicutes na cigarrinha e no milho infectado. Ainda não temos estimativa bem assertiva quanto aos danos. Talvez, a perda em produtividade chegue a % dependendo do grau de infestaçõ”, frisa Ivair. 

Produtores também têm dúvidas

As dúvidas com relação ao tamanho da ameaça do inseto não se limitam aos pesquisadores. O agricultor Dennis Boler, plantou 400 hectares de milho em Junction City, no Kansas e só ficou sabendo da intensidade da presença da cigarrinha nos durante a visita da Aprosoja-MT nos milharais.

“É uma questão muito nova para mim. Entendo que é um problema sério no Brasil hoje em dia na questão da produção de milho mas, aqui, especificamente, o inverno acaba controlando as pragas e pode ser que a gente esteja experienciando uma nova entrada de pragas mas em termos de controles e produtividade isso nunca foi problema”, diz Dennis. 

O vice-presidente da Aprosoja-MT, Fernando Ferri, diz que os agricultores norte-americanos não estão percebendo o dano da cigarrinha e que encontrou várias trocas de casca do juvenil para o adulto na região. 

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