A situação vivida nas últimas duas safras em Mato Grosso, principalmente a 2023/24, tem sido vista pelos produtores como um momento de “aprendizado”, além de uma oportunidade para “repensar” o seu negócio.
Hoje presidente do Sindicato Rural de Lucas do Rio Verde, Marcelo Lupatini presenciou de perto o que a família passou na década de 1990, quando o setor produtivo também amargou momentos difíceis.
Do arrendamento da propriedade, a venda de uvas na cidade e a retomada da família à produção de grãos foram anos de trabalho e conhecimentos adquiridos, que os levam a ter o pé no chão e analisar o que se pode ou não fazer.
Entrevistado desta semana do programa Direto ao Ponto, Marcelo Lupatini pontua que hoje há produtor que se pergunta se “vale à pena” seguir com o negócio, se continua arrendando terras, entre outros questionamentos.
“É essa a realidade. O produtor não tem o costume, a maioria dos produtores, de trabalhar com liquidez. Ter um patrimônio ali para emergências. Até o meu caso é assim”, diz ao programa do Canal Rural Mato Grosso.
Conforme ele, a partir do momento em que se tem uma safra de produtividade baixa e preços ruins, o produtor que vinha trabalhando por conta começa a necessitar de crédito.
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“E esse crédito já vai tomando um pouco da rentabilidade do produtor, os preços não vão ajudando. O produtor se faz pensar”.
Entretanto, frisa Marcelo Lupatini, “você já tem uma história, igual nós temos lá de 30 anos, você tem a família toda envolvida, você gosta do que faz e você não vai sair fora da atividade por causa de um ano ou outro ruim. O bom da crise é você repensar o teu negócio”.
Otimista, o produtor rural acredita que é apenas “uma fase que nós estamos passando” e que “vamos ter que nos adequar”.
“Só que não é ano de investir. É ano de ficar com os pezinhos no chão. É ano de você melhorar os teus processos, de repensar eles. Conseguir trabalhar, talvez, com menos custos para poder passar para o próximo ano”.
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