Qual a melhor estratégia para negociar a safra 2024/25 de soja diante dos custos elevados e da perspectiva de aumento dos estoques mundiais do grão? Este foi um dos assuntos do quarto Simpósio Técnico da Aprosoja Mato Grosso, realizado nesta quarta (7) e quinta-feira (8) em Cuiabá.
O evento reuniu mais de 600 pessoas. Público este considerado o maior da história do Simpósio Técnico Aprosoja Mato Grosso, que trouxe nesta edição como tema central “Desafios e Estratégias na Agricultura: Integrando Governança e Boas Práticas Agrícolas”.
O evento, a cada ano vem conquistando espaço de destaque no calendário de eventos voltados para o agronegócio em Mato Grosso e na agenda do produtor rural, usando o conhecimento e a informação de qualidade como principais atrativos. Insumos estes que podem auxiliar os agricultores no planejamento da nova safra.
“O Simpósio acontece desde 2021. Nós sempre buscamos focar justamente em temas relevantes que estão sendo cobrados pelos nossos produtores”, pontua o presidente da Aprosoja Mato Grosso, Lucas Costa Beber.
Nesta edição entre os temas abordados e trabalhados por especialistas de renome estavam a oscilação do mercado, a questão da governança com as novas mudanças feitas pela Reforma Tributária, os impactos da Reforma Tributária no setor, a importância em se ampliar o foco na gestão rural, além de manejos para melhorar a produção, a produtividade e a renda do produtor.
De acordo com o professor doutor em Direito, Fábio Calcini, o produtor precisa já se preparar e estruturar, fazendo uma boa gestão e organização da sua atividade.
“O livro caixa do produtor rural digital, por exemplo, é um importante instrumento para que ele consiga compreender e simular a nova realidade tributária que existirá de créditos, débitos, reduções de alíquotas, para que ele avalie qual impacto que ele terá na sua carga fiscal. Essa lei envolve muitas peculiaridades, principalmente ao produtor rural”, destacou Fábio Calcini ao Canal Rural Mato Grosso.
Os desafios da safra 2024/25 também tiveram destaque na programação. Além dos custos elevados, a perspectiva de que os principais países produtores colham safras cheias de soja e milho tendem a exigir atenção máxima dos agricultores na hora de negociar a produção.
“O mercado de milho agora é um mercado totalmente pressionado por falta de demanda para exportação. A produção total de milho no Brasil não é extraordinária, é uma produção regular. Tivemos uma redução de área, redução de produtividade. Não observamos nenhuma catástrofe produtiva generalizada. Tivemos problemas pontuais. Então o grande problema do mercado de milho esse ano é que ele é um mercado dependente da exportação. É um mercado que precisaria tirar cerca de 37 milhões, 40 milhões de toneladas sobre uma condição regular de demanda”, frisa o analista de mercado da Pátria Agronegócio, Matheus Pereira.
Conforme Matheus Pereira, é preciso incentivar cada vez mais a industrialização do milho, em especial aqui dentro do estado de Mato Grosso.
“Se o produtor no Brasil cada vez mais incentivar a produção total do cereal, que incentive o consumo interno. Realmente neste exato momento o mercado de milho está cada vez mais lateralizado, dificultando a venda não somente do mato-grossense, mas de todo o Brasil”.
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