LIVE MAIS MILHO

Cerca de 30% dos produtores em MT buscam mão de obra em outros estados

Dificuldade na hora da contratação, segundo especialistas, é observada em outros países também

A mão de obra no campo é um dos grandes desafios não só de Mato Grosso, mas de todos os países, principalmente quando se fala em mão de obra qualificada. Detentor de uma área superior a 900 mil quilômetros quadrados e maior produtor agropecuário, a baixa quantidade populacional do estado é outro fator que eleva ainda mais a preocupação dentro da porteira. E entre as alternativas, segundo estudos, está a importação de trabalhadores de outros estados.

Estudo realizado pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT) mostra que cerca de 30% dos produtores do estado buscam mão de obra em outros estados.

Tal situação, somada à evolução da tecnologia do campo, foi um dos assuntos da live “Mão de obra qualificada no agro: desafios e oportunidades”, do projeto Mais Milho, do Canal Rural Mato Grosso, realizada na noite desta quinta-feira (31).

“Não é um problema que só nós passamos. É um problema que a agricultura e a pecuária do mundo inteiro passam, dado que a gente tem uma migração da população rural para o meio urbano e também das tecnologias que vem surgindo na evolução da produção”, frisou o superintendente do Imea, Cleiton Gauer.

De acordo com Cleiton, um dos pontos da pesquisa, realizada com aproximadamente 390 produtores rurais, que mais chamou a atenção foi que em torno de 70% dos entrevistados possuem uma “alta complexidade de fazer contratações no campo, de encontrar a mão de obra que ele precisa”.

Entre as funções com maior dificuldade apontadas pelo levantamento estavam “operação de máquinas” e “vaqueiro”.

“É um dos números que mais nos assustam. Quanto mais eu tenho desenvolvimento da produção, automaticamente eu também tenho um incremento da necessidade da mão de obra acontecendo aqui no estado e para um estado que almeja e tem perspectiva de crescimento para o futuro isso é um ponto que demanda atenção”, disse o superintendente do Imea.

Conforme o gerente de educação formal do Senar-MT, Marcos Medeiros, atender a situação do campo hoje “realmente é um desafio”. Entretanto, ele reforçou durante a live do projeto Mais Milho que o Senar-MT conta com toda uma estrutura e um portfólio que auxiliam tanto o produtor rural na capacitação da mão de obra de quem já está no campo, como também daqueles que querem ingressar em alguma atividade rural.

Os especialistas pontuam que diante de tais situações, os produtores rurais mato-grossenses estão buscando alternativas para sanar essa falta de mão de obra no campo. Além das contratações de profissionais de outros estados, à procura por meio dos Sindicatos Rurais e agências de emprego, apesar de ainda prevalecer a “indicação” de outros produtores.

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