No sudeste de Mato Grosso, uma lavoura de milho cultivada fora da janela recomendada registrou uma produtividade de menos 70 sacas por hectare. Esse número surpreendeu por ser abaixo do esperado na reta final da colheita do grão no estado.
Nesta segunda safra de milho, o agricultor Jorge Piccinin Filho, não poupou investimentos. O resultado disso foi uma lavoura com uma plantação bem adubada e protegida contra pragas e doenças. Mesmo fazendo isso, o desempenho obtido não correspondeu ao esperado.
As lavouras do Jorge ocuparam cinco mil hectares divididos entre Campo Verde e Jaciara. A expectativa era cobrir o prejuízo herdado da safra de soja, mas isso não aconteceu.
“A safra de soja foi muito ruim. Essa seca foi muito grande. Se você pegar Campo Verde, Primavera do Leste e Jaciara tiveram lavouras que grande parte nem foi colhida”, comenta Jorge.
O clima desfavorável entrou em cena prejudicando o rendimento do milho segunda safra. Conforme Jorge, em entrevista ao Mais Milho, o período foi bem atípico e os custos estão altos e a produção baixa.
Nas áreas plantadas fora da janela considerada ideal para a cultura, as estimativas de perdas de produtividade são ainda maiores. Isso faz com que a apreensão do agricultor aumente em relação ao resultado da safra de milho na propriedade este ano.
“É um milho de 70 sacas a menos, ele estava totalmente fora da janela. Eu até estava achando que não iria produzir nada, rentabilidade bem pequena com essa safrinha, desvalorização da commodity e os custos em dólar cada vez mais altos. A conta não fecha. Então o pessoal no geral está muito apreensivo com os pés no chão para o próximo ano com o milho”, explica Jorge.
O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Lucas Beber, afirma que a margem do milho está seis vezes menor quando comparada a três anos atrás.
“Está muito difícil para o produtor brasileiro, ainda mais diante dessa crise de juros altos nos financiamentos, temos que lembrar também ainda a irresponsabilidade nas projeções de safras. Os Estados Unidos em muitas consultorias privadas parecem forçar uma safra maior, derrubando os preços e logo em seguida vem as projeções da safra americana. Ou seja, a gente vê como manipulação de mercado, isso tem prejudicado os produtores brasileiros já que a margem está apertada e que essas projeções não são realistas”, pontua Beber.
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