O valor de R$ 400,59 bilhões para a agricultura empresarial, envolvendo grandes e médios produtores, anunciados no Plano Safra 2024/25, na tarde desta quarta-feira (3), “de maneira objetiva, não trouxe evoluções em relação ao ano anterior”, na avaliação da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT).
Conforme o governo federal, produtores rurais podem contar com mais R$ 108 bilhões em recursos de Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), para emissões de Cédulas do Produto Rural (CPR), que serão complementares aos incentivos do novo Plano Safra. Totalizando assim R$ 508,59 bilhões.
Dos R$ 400,59 bilhões em crédito para a agricultura empresarial, R$ 293,29 bilhões (+8%) será para custeio e comercialização e R$ 107,3 bilhões (+16,5%) para investimentos.
O montante anunciado em crédito para a agricultura empresarial pelo governo federal é 10% superior em relação à safra anterior. Entretanto, salienta a entidade, “se considerar a inflação de 2023, o aumento real foi de apenas 5,14%”.
“Alguns parâmetros são inexequíveis do ponto de vista prático. O PAP deixou a desejar na disponibilidade de recursos controlados. Um aumento nominal de 1% dos recursos não cobre nem mesmo a desvalorização do real frente a inflação de 4,86% de 2023. Ou seja, um aumento negativo, traduzindo em redução de recurso controlado disponível, em uma economia com inflação prevista de 4% para 2024”, frisa o presidente da Aprosoja-MT, Lucas Costa Beber, em nota.
Taxas de juros acima da Selic
Os números observados no Plano Safra 2024/25 confirmam o temor do setor produtivo comentado mais cedo pelo presidente da Aprosoja-MT ao programa Conexão FPA-MT, do Canal Rural Mato Grosso, desta quarta-feira (3). Na ocasião, Lucas Costa Beber frisou que se temia que o Plano Safra “venha com linhas de juro igual ou às vezes até superiores ao ano passado para a maioria dos produtores”.
No que tange às taxas de juros, o presidente da Aprosoja-MT, em nota emitida pela entidade, pontua que o Plano Safra 2024/25 chega aos produtores, após quase uma semana de atraso, com algumas acima da taxa básica de juros, ou seja, a Selic, “além de não ter acompanhado as reduções”.
Para custeio e comercialização, a taxa será de 8% ao ano para os produtores enquadrados no Pronamp e de 12% ao ano para os demais produtores. Já para investimentos, as taxas de juros variam entre 7% ao ano e 11,5% ao ano, de acordo com o programa.
A entidade avalia ainda que o governo não mostrou estratégias para intensificar o aperfeiçoamento das políticas agrícolas, pois não prevê destinação de recursos para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). O presidente da Associação lembra também que o produtor rural enfrentou adversidades climáticas acentuadas na última safra.
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