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Colheita de milho é iniciada em Mato Grosso

Em meio de um ano desafiador, a expectativa dos produtores no estado é alcançar uma produção de 45 milhões de t de milho

A colheita do milho segunda safra começou em Mato Grosso, principal produtor do cereal do país. Até sexta-feira (17), cerca de 34,7 mil hectares (0,50%) dos 6,944 milhões destinados à cultura haviam recebido as máquinas. Apesar de iniciar dentro do esperado, os trabalhos iniciam com perspectiva de queda na produção e atraso na comercialização.

A colheita do milho em Mato Grosso iniciou há duas semanas no estado e se encontra, revela o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), acima dos 0,16% observados na temporada passada e da média histórica dos últimos cinco anos de 0,28%.

Em Nova Mutum, região médio-norte do estado, as máquinas avançam pela propriedade do produtor Júnior Mantovan. Segundo ele, os trabalhados por lá iniciaram no período previsto. Nesta safra foram plantados 1,3 mil hectares de milho e a expectativa é uma produtividade de 150 sacas por hectare.

O produtor relata ao Canal Rural Mato Grosso que o ano foi “bem desafiador, um ano de seca muito violenta na soja”. Ele comenta ainda que o milho vinha “até desenvolvendo bem”, contudo enfrentou alguns períodos de escassez de água.

“Teve microrregiões que ficaram até 26 dias sem chuva. Aqui ficamos 12 dias sem chuvas. Depois graças à Deus voltou a chover”.

Além das adversidades climáticas, outro desafio do produtor Junior Mantovan foram as pragas, como cigarrinha do milho e percevejo barriga verde, além de um ano de alto custo e preços baixos.

Vendas de milho estão atrasadas

A colheita da segunda safra de milho em Mato Grosso começa em meio às negociações atrasadas do cereal. De acordo com o Imea, até o momento foram comercializadas 33,3% da produção esperada para o estado. Isso representa um atraso de cinco pontos percentuais em relação ao mesmo período do ciclo anterior.

A gestora de Desenvolvimento Regional do Imea, Vanessa Gasch, explica, em entrevista ao Canal Rural Mato Grosso, que os preços pagos hoje pela saca de 60 quilos é o que vem travando o avanço das vendas de milho no estado.

“Os produtores estão esperando que esse preço reaja. É importante a gente colocar que o preço atual do milho não está cobrindo o custo de produção. Então, o produtor se vê nesse cenário de margens negativas e pensa muito bem antes de fechar alguns negócios”.

Conforme Vanessa, nos últimos meses foi possível observar um avanço nas vendas diante “esse preço que veio um pouco maior do que os meses anteriores”, porém “se a gente comparar esse volume total ainda está atrasado”.

Na safra 2023/24 as lavouras de milho, mostram relatórios do Imea, ocuparam uma área de 6,944 milhões de hectares. Uma queda de 7,31% em comparação ao ciclo passado. A produção esperada é de 45,040 milhões de toneladas, 14,22% abaixo do recorde de 52,5 milhões de toneladas da temporada 2022/23.

A gestora de Desenvolvimento Regional do Instituto pontua que, apesar dos problemas com a safra de soja, a colheita mais adiantada da oleaginosa “proporcionou que esse milho fosse semeado 90% dentro da janela ideal. E a gente teve também, para além dessa semeadura dentro da janela, o clima que colaborou para esse bom desenvolvimento”.

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