A resolução 5.081/2023 do Conselho Monetário Nacional (CMN) eliminou a concessão de crédito rural para empreendimentos localizados em imóveis que possuam embargo ambiental vigente. Isso significa que, independentemente de culpa, dolo ou extensão do dano, toda a propriedade fica impedida de acessar recursos do crédito rural. A “regra” não se aplica somente à liberação de crédito com recursos oficiais, mas a toda e qualquer operação que venha a cumprir com as exigibilidades do Manual de Crédito Rural.
Na avaliação da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), a medida é equivocada. Consultor de política agrícola da entidade, Thiago Rocha, que também preside a câmara de modernização de crédito do Ministério da Agricultura, contesta a interpretação do CMN sobre o conceito da palavra “embargo”.
O assunto é o destaque do Conexão FPA-MT desta semana e, de acordo com Thiago Rocha, “pela lei, o embargo é uma medida administrativa voltada a impedir a continuidade do dano ambiental, propiciar a regeneração do meio ambiente e dar viabilidade à recuperação da área degradada, conceito sedimentado pelo Código Florestal e pelo Decreto de Crimes Ambientais, o último assinado pelo presidente Lula em seu segundo mandato”.
O consultor de política agrícola da Aprosoja-MT frisa ainda que o “correto” seria impor as restrições exclusivamente para a área onde ocorreu o dano ambiental e não pra toda a propriedade.
Segundo ele, a situação é considerada gravíssima, uma vez que o setor produtivo vive um ano “bastante difícil do ponto de vista mercadológico e climático”.
Impactos na economia
Outro ponto que preocupa, destaca o deputado estadual Júlio Campos (União Brasil-MT), presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), é quanto a economia de Mato Grosso e do Brasil, uma vez que os resultados positivos, principalmente da balança comercial, são oriundos do agronegócio.
O parlamentar lembra que Mato Grosso possui a legislação mais rigorosa do país em termos de questões ambientais e que preserva 62% do seu território de florestas naturais.
“Isso nós temos que mudar por completo. Se o Brasil tem saldo da balança comercial grande deve muito ao agronegócio”, pontua o deputado.
+Confira outras matérias do Conexão FPA-MT
+Confira todos os episódios do Conexão FPA-MT
+Confira as pilulas do Conexão FPA-MT
Clique aqui, entre em nossa comunidade no WhatsApp do Canal Rural Mato Grosso e receba notícias em tempo real.