Pesquisa realizada em Mato Grosso aponta que o uso de espécies de plantas nativas, como o “Amarelinho” (Chloroleucon acacioides) e o “Bordão de Velho” (Samanea tubulosa), na alimentação de bovinos pode trazer ganhos de produtividade e reduzir emissões de metano.
O estudo, intitulado “Novas Dietas para Bovinos com Base em Espécies Nativas na Amazônia Mato-grossense”, é realizado pela Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), em parceria com a Universidade Federal de São Carlos e o Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (CENA/USP), e financiado pelo governo do estado, pelo edital nº 010/2021 Pesquisa com Alto Nível de Maturidade Tecnológica (PANMT) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat).
Além dos possíveis benefícios nutricionais, segundo o coordenador do projeto, doutor Alexandre de Azevedo Olival, o manejo correto dessas árvores nas pastagens pode melhorar o bem-estar animal e ter impactos positivos no solo e nas plantas forrageiras.
“É um importante passo para enfrentar os desafios da pecuária em Mato Grosso, onde podemos adotar práticas mais sustentáveis e eficientes, utilizando algumas espécies nativas na alimentação animal, com ótimos resultados, fortalecendo assim o setor pecuário no estado”, destaca o pesquisador.
Alternativas sustentáveis
Mato Grosso é detentor do maior rebanho bovino do país, com mais de 34 milhões de cabeças. Diante de um cenário de desafio com pastagens degradadas, cresce o interesse por alternativas sustentáveis que possam aumentar a produtividade com baixo impacto ambiental.
O estudo realizado pela Unemat, com Universidade Federal de São Carlos e o Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo, é conduzido em três dimensões: avaliação da produção anual e características dos frutos das espécies estudadas, análise da composição dos frutos e dos processos de fermentação in vitro, e avaliação do desempenho e comportamento animal de novilhas alimentadas com os frutos.
Os resultados mostram que o uso do “Amarelinho” e do “Bordão de Velho” na dieta bovina não apenas reduz a emissão de metano, um dos principais gases de efeito estufa associados à pecuária, mas também aumenta o ganho de peso dos animais de corte, contribuindo para uma melhor eficiência produtiva.
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