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Percevejo barriga-verde ameaça lavouras de milho em Mato Grosso

Praga, que já foi vista em alta intensidade nas lavouras de soja nesta temporada, tem elevado os custos na cultura do cereal

O milho segunda safra já se destaca dentro do cenário produtivo de muitos municípios de Mato Grosso. O retorno das chuvas anima quem apostou na cultura na expectativa de uma boa produtividade, porém a presença em alta intensidade do percevejo barriga-verde está preocupando o setor produtivo.

Mato Grosso semeou até o dia 23 de fevereiro 80,38% dos 6,94 milhões de hectares estimados para a safra 2023/24. A previsão é que sejam colhidas 43,2 milhões de toneladas de milho, segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) divulgados no início do mês.

A pesquisadora e coordenador de entomologia da Fundação Rio Verde, situada em Lucas do Rio Verde, Jéssica Gorri, comenta que a forte presença de percevejo barriga-verde já foi uma surpresa nas lavouras de soja.

A alta intensidade do inseto decorre da presença do fenômeno El Niño, altos picos de temperatura, somada as características da praga.

Conforme ela, o escalonamento do ciclo da soja favoreceu a ponte verde.

“Como a população do percevejo barriga-verde foi muito alta e intensa na soja, após a colheita a migração para o milho foi muito alta. Já esperávamos que tivéssemos ele no milho, porque é uma praga consolidada do sistema do cereal”.

Fase inicial é a mais suscetível

A especialista da Fundação Rio Verde explica que a fase inicial do milho é a mais suscetível ao ataque do percevejo barriga-verde, uma vez que o tecido da planta não está totalmente desenvolvido.

“Então ele se aproveita para se alimentar na base da planta, fazer a sucção e a injeção de toxinas. Como a planta está mais suscetível vemos o dano com maior intensidade”.

O monitoramento das lavouras é essencial, salienta a pesquisadora, pois é ele quem dirá se o produtor pode ou não baixar a guarda com o percevejo barriga-verde e se está fazendo um manejo efetivo ou não.

“A maior recomendação é sempre seguir com o monitoramento já pensando na semeadura. O tratamento de sempre é o primeiro passo que o produtor deve pensar, porque é uma praga que vai atacar logo após a emergência”.

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