DIRETO AO PONTO

“Hoje não há mais espaço para amadorismo”, diz diretor técnico da Acrimat

Na avaliação de Francisco Manzi é preciso que dois pontos sejam levados em conta na pecuária: vocação do produtor e vocação da fazenda

Ter uma propriedade antigamente era o sonho de muitas pessoas e até hoje é. Entretanto, de acordo com especialistas, “não há mais espaço para amadorismo”, uma vez que as margens andam cada vez mais apertadas.

Na década de 1980, lembra o diretor técnico da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Francisco Manzi, no programa Direto ao Ponto desta semana, para produzir uma arroba de boi gordo o pecuarista gastava cerca de US$ 4, que na hora da venda valia US$ 16.

“Então, a pecuária ainda aceitava amadorismo, uma certa ineficiência. O que acontece hoje é que as margens estão muito estreitas e hoje não tem mais espaço para você ter amadorismo”.

Manzi, que além de médico veterinário, também é criador, frisa que a produção pecuária “tem que ser levada na ponta do lápis”. Conforme ele, ao contrário da agricultura, é uma atividade de longo prazo, que entre a inseminação da vaca e a venda do boi se pode levar três anos ou mais.

“Você tem que ter tecnologia, ter uma condição para segurar a sua equipe no campo. A gente sabe que o maior patrimônio que está dentro de qualquer empresa são as pessoas certas. Não é fácil, assim como também nas cidades. Hoje, o que se recomenda é você formar a sua equipe”.

É preciso vocação

De acordo com o diretor técnico da Acrimat, dois pontos precisam ser levados em consideração ao se adentrar no universo da pecuária: vocação do produtor e vocação da fazenda.

A pecuária é dividida em cria, recria e engorda, além da pecuária seletiva.

“Tem gente que olhamos à propriedade e dizemos ‘nossa aqui daria para fazer recria e engorda’, por exemplo, mas o produtor gosta de cria e isso tem que ser levado em conta. Então, tem a vocação do produtor e a da fazenda. Aí no segundo momento, se você tem uma equipe para gerir, aí você pode optar”.

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