Após uma colheita recorde, com mais de 52,5 milhões de toneladas, a produção de milho segunda safra deve encolher consideravelmente em Mato Grosso. A previsão da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) é de que o recuo gire em torno de 20%.
Dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), divulgados em dezembro, apontam uma área a ser destinada para o milho segunda safra de 7,022 milhões de hectares.
Presidente da Aprosoja-MT, Lucas Costa Beber, comenta que o produtor do estado em sua maioria já adquiriu os insumos para a temporada 2023/24 do cereal. Entretanto, negociações terão de ser realizadas com as empresas fornecedoras de tais produtos, uma vez que “é uma safra que começa com perdas”.
Segundo ele, as perdas na produção serão motivadas pela redução da área, em decorrência ao atraso do plantio da soja, e diminuição no investimento, diante do alto custo de produção nos últimos ciclos do cereal.
“Nem todos vão usar aquela adubação que usavam nos últimos anos. Diferente da soja que não demanda por nitrogênio químico, o milho demanda. Então a redução acarreta sim em perda de produção”.
Plantio de milho fora da janela ideal
A janela ideal de semeadura do milho encerra no final de fevereiro. De acordo com Lucas Beber, outro fator que pode contribuir para o recuo na produção é o plantio do milho fora de tal período.
“Hoje não é difícil de falar. Antes mesmo de ser plantada, essa safra deve ter uma perda de produção próxima dos 20% diante do cenário que vivemos no plantio da soja e o atraso no plantio do milho. Não é difícil projetar isso devido todas as intempéries, porque o risco vai ser alto dessa produção. Ano de El Niño se ficar ele tende a cortar as chuvas mais cedo”.
Sobre a rentabilidade, o presidente da Aprosoja-MT pontua que os produtores esperam uma melhora de preços diante o cenário que se desenha, “porém a dúvida vai ser o que será produzido”.
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