Com mais de 12 milhões de hectares plantados e 45 milhões de toneladas colhidas na safra de milho 2022/23, a temporada bateu recorde de produção e produtividade em Mato Grosso. Entretanto, o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Lucas Costa Beber, explicou que mesmo com números altos, a preocupação com os preços continuam em 2024.
Beber diz que quando as máquinas começarem a trabalhar nas lavouras, mostrando que a produção não está como o esperado, os preços da soja podem reagir.
“Outro agravante nesse cenário é a disponibilidade de água nos rios. Há alguns dias, visitamos todos os portos do arco norte, por onde sai a soja mato-grossense, e as barcaças estão se movimentando com metade da capacidade delas e isso encarece o frete. E isso colabora para que a soja saia pelos portos do sul”, afirmou.
Reta final nas vendas do milho segunda safra
O produtor mato-grossense tentou segurar ao máximo as negociações do milho 2ª safra em 2023. Por ter um déficit alto em armazenagem, alguns agricultores precisaram desocupar os armazéns.
“O milho precisa ser tirado para ter lugar para a soja. O cenário ainda não está favorável. Mesmo com a reação dos preços, isso ainda não refletiu nessa última safra desse milho que está armazenado. O que foi colhido foi uma safra de custo alto e preços muito baixos”, explicou Beber.
Cenário da safra na Argentina pode favorecer preços nas lavouras de MT
No ano passado a Argentina aguardou uma safra cheia de mais de 56 milhões de toneladas. Entretanto, a expectativa alta não correspondeu com os cerca de 26 milhões de toneladas que foram colhidos. Mesmo com uma quebra alta, o país é preparado para industrialização dos grãos e por isso, foca na exportação de óleo e farelo.
O Brasil exporta matéria prima para suprir a demanda chinesa. De acordo com Beber, se houver uma nova safra como a do ano passado, invertendo os papéis de Mato Grosso e da Argentina, é possível que o cenário para os preços mudem.
“Mesmo assim, é possível que nos meses de fevereiro e março as chuvas se normalizem aqui no estado e falte chuva na Argentina. Isso vai dar uma quebra grande para eles mas, o cenário de preços ficaria favorável. Porém, com a safra quebrada tanto para Mato Grosso quanto para Argentina”, pontuou.
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