Mato Grosso é considerado, hoje, um dos maiores produtores de floresta plantada do país, tendo a teca e o eucalipto como principais cultivos. Com a missão de fortalecer o setor do reflorestamento, mostrando as oportunidades e desafios, a Associação de Reflorestadores de Mato Grosso (Arefloresta-MT), realizou o Encontro Técnico dos Produtores de Árvores de Mato Grosso.
O evento aconteceu no auditório da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) e abordou temas como: eucalipto, manejo nutricional para eucalipto, teca e novas tecnologias aplicadas à silvicultura e ao manejo.
Segundo o pesquisador Maurel Behling, da Embrapa Agrossilvipastoril, o ponto de partida para o cultivo dessas árvores deve ser o planejamento prévio de todas as etapas. Assim, é possível ter um crescimento adequado para conseguir uma floresta de alta produtividade.
A expansão da agroindústria no estado amplia consideravelmente a demanda por madeira para a geração de energia. E isso torna a atual área disponível de floresta, insuficiente.
“Hoje nós vivemos um cenário totalmente ímpar nesse processo. A chegada das usinas de etanol de milho demanda muita biomassa. Nós tínhamos muitos produtores tentando plantar eucalipto, mas sem conhecimento técnico e sem um acompanhamento técnico adequado. Hoje essa realidade é totalmente diferente e isso possibilita ganhos de produção dessas áreas que estão sendo implantados”, pontuou Behling.
Melhoria de produtividade pode ter relação com o solo
O setor alerta para o risco da falta de matéria-prima para atender a procura. Para isso, uma das alternativas para melhorar a produtividade das florestas, de acordo com o engenheiro florestal Celso Luiz Medeiros, está na correção do solo.
“Mato Grosso é exemplo na produção de soja porque vocês corrigiram o solo, fizeram o perfil genético genético. Para a floresta temos que caminhar e trilhar mais ou menos na mesma linha. Na correção de solo, parcelamento de fertilização e, principalmente, materiais genéticos adaptados à região”, frisou.
Setor depende de produto cultivado por terceiros
O eucalipto é a madeira mais utilizada para produção do cavaco, que alimenta as fornalhas das indústrias de etanol de milho. Atualmente, Mato Grosso conta com 11 usinas que precisam de biomassa para o funcionamento e a previsão é de que até 2024, esse número chegue a 19.
De acordo com alguns estudos, apenas 30% das agroindústrias instaladas no estado possuem plantios próprios para suprimento da biomassa demandada. O presidente da Arefloresta-MT, Glauber Silveira, explicou que os produtores precisam de investimento mas, isso tem sido um grande gargalo para o setor.
“Hoje, para você plantar um hectare de floresta, o recurso é muito alto para um período de seis anos. A gente tem buscado investimentos e tem empresas que estão implementado isso, como é o caso da própria FS. Quando a gente fala de financiamento no Brasil as situações financeiras, de uma certa forma, não têm capacidade de financiar e de fornecer o suprimento necessário para que a gente possa está aumentando as florestas no estado”, finalizou.
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